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Após chacina, Paracatu é uma cidade dividida entre a dor e a revolta

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Ao mesmo tempo em que tenta entender a tragédia, população busca alternativas para evitar escalada da violência. Atirador tentou suicídio

Andre Borges/Esp. MetrópolesANDRE BORGES/ESP. METRÓPOLES
Otávio Augusto

Nesta data, o empresário Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, descontrolado, matou a ex-namorada com um golpe de canivete no pescoço e abriu fogo contra fiéis de uma igreja evangélica.

Pouco mais de 80 horas após a matança, os moradores de Paracatu ainda buscam respostas. O caso desencadeou na cidade um misto de recolhimento e revolta.

O mestre de obras José Maria Martins de Souza, 60, se irrita ao falar do caso. Nesta quinta-feira (23/05/2019), ele conversava com um amigo sobre o assunto numa praça no centro de Paracatu.

“Nunca tinha visto isso. Não tem como entender. Fiquei sabendo pela TV. Conheço a igreja. Esse é um lugar onde as pessoas vão para buscar paz”, inicia.

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Para o mestre de obras José Maria Martins de Souza, os reflexos da matança jamais serão superados

Para ele, os reflexos da matança jamais serão superados. “Como vamos andar na rua? A cidade não tem sossego mais não. Chega uma pessoa e faz o que ele fez, deixa um trauma muito profundo na gente”, encerra, visivelmente abalado.

José Maria dialogava com o aposentado João Tavares, 65. Nascido na zona rural do município, ele está perplexo. “Um sujeito desses não tem família, não tem amor à vida, não acredita em Deus e não merece estar entre nós”, desabafa.

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O aposentado João Tavares diz que sente ódio do agressor quando pensa no que aconteceu

MAIS SOBRE O ASSUNTO

“Sinto ódio”
O idoso diz que não consegue ter outro sentimento por Rudson. “Ele é uma pessoa conhecida na cidade, que tem seus problemas, mas nada justifica. Sinto ódio dele quando penso nisso”, confessa.

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A auxiliar de limpeza Beatriz Aparecida Melo, 24, estava em casa quando ficou sabendo da tragédia por um grupo no WhatsApp. “Não acreditei. Já havia conversado com ele. É uma pessoa que aparenta ser normal”, lembra.

Com o desenrolar do caso, Beatriz ficou boquiaberta. “É complicado assimilar tudo que aconteceu. Parece que a tragédia invadiu nossas casas”, lamenta. Para ela, essa será uma ferida que jamais será cicatrizada completamente.

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Assustada, a auxiliar de limpeza Beatriz Aparecida Melo acredita que a chacina é uma ferida que jamais será cicatrizada completamente

Toda que que a data chegar, que passarmos em frente à igreja e encontrarmos um parente das vítimas, o peito vai doer e o coração apertar.

Beatriz Aparecida Melo, auxiliar de limpeza e moradora de Paracatu

Nesta quinta, os investigadores começaram a ouvir formalmente as testemunhas dos crimes, analisaram os resultados das perícias e fizeram novas diligências. Ainda falta saber a origem da arma usada nos assassinatos e o que motivou a ação.

Após chacina, Paracatu é uma cidade dividida entre a dor e a revolta

Por volta de 20h da última terça, Rudson Aragão Guimarãesfoi à casa da mãe dele, onde também estava a ex-namorada Heloísa Vieira Andrade, 50. Lá, ele esfaqueou a mulher no pescoço com um canivete. Ela morreu a caminho do hospital devido a uma parada cardiorrespiratória.

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Minutos depois, Rudson invadiu a igreja evangélica Shalom. Lá, atirou contra Rosângela Albernaz, 50, e Antônio Rama, 67, que não resistiram aos ferimentos e morreram. A intenção dele, segundo a polícia, era matar o pastor Evandro, mas como ele fugiu com a ajuda de fiéis, Rudson vejou o pai do religioso por vingança.

Rudson ainda rendeu outra fiel e a manteve sob ameaça. A Polícia Militar chegou ao local da ocorrência e tentou negociar. Nervoso, ele disparou contra Marilene Marins de Melo Neves, 38, a quarta vítima.

O atirador foi ferido pela Polícia Militar com tiros na mão e no ombro e levado para o hospital, onde segundo os médicos, está isolado e tem reagido bem ao tratamento.

Tentativa de suicídio
Nesta quinta, às 6h50, Rudson tentou suicídio, ferindo-se em três partes do pescoço com uma lâmina de bisturi. “O paciente foi atendido pela equipe cirúrgica. Ele permanece internado e sob escolta”, destaca a Prefeitura de Paracatu, em nota.

A direção do Hospital Municipal instaurou uma investigação administrativa, uma vez que o paciente, mesmo sob escolta de dois agentes do Sistema Prisional (SUAPI), conseguiu ter acesso à lâmina.

Difícil convivência
O atirador é descrito como um homem temperamental, impulsivo e envolvido com drogas. Rudson é conhecido como uma pessoa de difícil convivência.

As pessoas mais próximas contam que o agressor, empresário do ramo imobiliário, vivia o momento de maior conforto financeiro. Apaixonado por animais e motos, muitos estranharam a arrancada violenta contra a ex-namorada.

Veja quem são as vítimas do ataque:

– Heloísa Vieira de Andrade
Ela era ex-namorada do atirador e morreu ao ser golpeada com um canivete no pescoço. Heloísa trabalhava como coaching, dava treinamentos em empresas e palestras. A vítima estava na casa dos familiares de Rudson quando foi morta.

– Rosângela Albernaz
Era fiel da Igreja Batista Shalom e proprietária de uma lanchonete que fica a um quarteirão do local. Segundo a Polícia Militar, a vítima, de 50 anos, tinha duas filhas e estava na reunião junto com o marido quando ocorreu o ataque.

– Antônio Rama
Aposentado, Antônio morreu aos 67 anos. Membro da igreja e pai do pastor Evandro Rama, que celebrava o culto na hora do crime. Com base em informações da PM, o atirador entrou na Igreja Batista Shalom procurando pelo líder religioso e atirou contra o pai dele por vingança.

Marilene Marins de Melo Neves
Fiel da igreja, Marilene trabalhava como serviços gerais na Escola Municipal Coraci Meireles e auxiliava na cantina da Creche Domingas de Oliveira. Ela era casada, tinha filhos e um neto.

Fonte: Metropoles
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ENERGIA RECUPERADA EM TRÊS MESES É SUFICIENTE PARA ABASTECER 140 MIL CASAS POR 30 DIAS

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Neoenergia Brasília realiza mais de 35 mil ações de recuperação de energia em todo o Distrito Federal. Parte do valor da energia furtada é pago por todos os consumidores

 

Brasília, 14 de junho de 2022 –* O combate a perdas de energia é uma prioridade para a Neoenergia Brasília. Só nos três primeiros meses do ano, a distribuidora recuperou 28 milhões de kWh, o suficiente para abastecer 140 mil residências por 30 dias. Para se chegar a essa marca, foram realizadas mais de 35 mil ações de prevenção e combate aos desvios de energia, como regularização de clientes clandestinos (4,3 mil), fiscalização (23 mil) e substituição de medidores (7,7 mil), além do uso de tecnologia para se evitar fraudes, como a instalação de sensores na rede e a manutenção da telemedição nos maiores consumidores.

 

É importante ressaltar que, somente com 1.940 ações realizadas nas classes comercial e industrial, neste período, a distribuidora recuperou 64% do montante recuperado em todas as classes no período. Com 18 milhões de kWh recuperados, é possível abastecer 90 mil residências por 30 dias.

 

“Esse trabalho é fruto de ações de inteligência, associadas a operações estratégicas de campo e com a colaboração de todas as áreas da empresa”, explica Gustavo Alvares, diretor- superintendente de Relacionamento com o Cliente da Neoenergia Brasília. “Aumentaremos o ritmo de inspeções nos próximos meses e reforçaremos a ideia de que o furto de energia não compensa. As empresas devem procurar a Neoenergia para regularizar seus débitos e adequar as ligações de suas unidades”, finaliza.

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De todas as ações, um caso emblemático chamou a atenção. No último mês de fevereiro, o time da Neoenergia Brasília recuperou 2,26 GWh em uma fábrica de gelo, localizada na BR- 060, Km 18, no Recanto das Emas. Esse montante, sozinho, abasteceria 11,3 mil casas por um mês e a fatura ficou próxima aos R$ 2 milhões.

 

*BALANÇO -* No primeiro ano de atuação no Distrito Federal, a Neoenergia Brasília recuperou mais de 205,20 Gigawatt-hora (GWh) – suficiente para abastecer todos os clientes residenciais (aproximadamente 950 mil) da capital federal durante um mês inteiro – em ações diárias, impactando positivamente também, na segurança da população e na qualidade do fornecimento de energia.

 

*DENÚNCIA -* Os desvios de energia prejudicam todos os clientes, já que promovem modificações inapropriadas na rede, trazendo riscos à vida, e parte do valor da energia furtada acaba sendo pago entre todos os consumidores. Por isso, a Neoenergia Brasília reforça a importância de denunciar fraudes. As denúncias são feitas na central de teleatendimento da distribuidora, por meio do telefone gratuito 116.

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A Neoenergia Brasília reforça que o furto de energia é crime sujeito às penalidades do artigo 155 do Código Penal Brasileiro. Além de acarretar prejuízos à população, a prática representa riscos de acidentes graves. Em caso de denúncias, os clientes podem entrar em contato com a concessionária.

 

*CLANDESTINOS -* Os novos clientes têm a energia regularizada por meio do programa Energia Cidadã. Alinhada ao programa Energia Legal do GDF, a distribuidora regularizou a energia para mais de 28 mil famílias no último ano, levando desenvolvimento econômico, social e mais dignidade para essa parcela da população. Com energia de qualidade, mais segurança e cidadania ainda terão acesso a inúmeros outros benefícios proporcionados pela distribuidora, como participação nos programas de Eficiência Energética, com campanhas de consumo consciente, doação de lâmpadas e geladeiras.

 

*SEGURANÇA -* A utilização de gambiarras para garantir o fornecimento de energia elétrica é contra a lei e extremamente perigoso. Esses tipos de intervenções na rede de distribuição, sem os devidos cuidados com o uso dos equipamentos de segurança, sem atender as normas do setor elétrico e sem a utilização de profissionais capacitados, podem ocasionar acidentes e incêndios, além de sobrecarga.

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