Assassinatos diários de crianças e adolescentes no Brasil são 15 vezes mais frequentes que mortes por covid
Assassinatos diários de crianças e adolescentes no Brasil são 15 vezes mais frequentes que mortes por covid. Foto: Reprodução
O número de mortes de crianças por covid teve destaque esta semana, mas o que pode parecer preocupação é só uma nova tentativa de surfar na onda e ganhar cliques e audiência.
O problema mais grave, segundo a Unicef, é outro. O braço da ONU ligado às crianças e adolescentes contabiliza, no último estudo, 32 assassinatos diários de menores no Brasil, equivalente a 11.680 por ano ou 15 vezes mais mortes que as provocadas da covid.
Mas o problema, que é antigo, não chama mais atenção. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Na polêmica das cadeirinhas, o Observatório Nacional de Segurança Viária revelou 1.292 mortes de crianças de até 14 anos no trânsito.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já apresentou dados de uma morte de criança no trânsito a cada quatro minutos, no mundo.
Conselho Tutelar de SP também registrou alta de 1.100% nas agressões a menores em fevereiro, comparado ao mesmo mês de 2020, sem covid.
O Distrito Federal tem a maior proporção de pessoas que se autoidentificam como homo ou bissexuais do país. É o que aponta um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (25). Na capital, esse público é composto por 66 mil pessoas, e representa 2,9% da população maior de idade.
A pesquisa foi feita com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. O índice em Brasília ficou acima da média nacional, de 1,8% da população. Segundo o estudo, em todo o país, 2,9 milhões de pessoas se autodeclararam homo ou bissexuais.
Segundo o levantamento, a população do Distrito Federal acima de 18 anos, em 2019, foi estimada em 2,3 milhões de pessoas. Desse total:
2,1 milhões (92,2%) se autodeclaram heterossexuais
113 mil (4,9%) se recusaram a responder ou disseram que não sabiam
66 mil (2,9%) se autodeclaram homossexual ou bissexual
As informações foram colhidas por meio da pergunta “Qual é a sua orientação sexual?”, incluída pela primeira vez no questionário da pesquisa.
Atrás do DF, os estados com maior população homo ou bissexual foram Amapá, com 2,8%, e o Amazonas, com 2,3%. As últimas posições foram ocupadas por Tocantins e Pernambuco, com 0,6% e 1%, respectivamente.
O IBGE, no entanto, ponderou que “o fato de uma pessoa se autoidentificar como heterossexual não impede que ela tenha atração por ou relação sexual com alguém do mesmo sexo”. Segundo o instituto, para captar em detalhes a efetiva orientação sexual da população “seria necessária a investigação do comportamento e da atração sexual, conceitos esses diferentes da autoidentificação”.
No início do mês, o Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), já tinha levantado dados sobre a comunidade LGBT da capital. O levantamento apontou que 3,8% da população da capital se identificava como parte desse grupo, também incluindo pessoas transexuais, na identidade de gênero.
No Brasil
O detalhamento das informações do IBGE aponta, que no Brasil:
94,8% da população adulta se autoidentifica como heterossexual
É maior a proporção de homens (1,4%) que de mulheres (0,9%) autodeclarados homossexuais
Já as mulheres têm maior proporção (0,8%) que os homens (0,5%) entre os bissexuais
A autoidentificação homossexual ou bissexual é maior entre quem tem nível superior (3,2%) e maior renda (3,5%)
Proporção das respostas “não sabe” ou “recusou-se a responder” foi maior entre aqueles com menor nível de instrução
É ligeiramente menor a proporção de homossexuais e bissexuais entre os brancos (1,8%) que entre os pretos (1,9%) e pardos (1,9%)
O grupo de 18 e 29 anos apresenta a maior proporção de autodeclarados homossexuais ou bissexuais (4,8%)
A faixa etária mais jovem também soma a maior proporção de pessoas que não souberam ou não quiseram responder (5,3%) à questão
Os dados são compatíveis com os de países que fizeram pesquisa com metodologia semelhante. Na comparação internacional, Brasil ficou empatado com o Chile em relação à proporção de pessoas que se autoidentificam homossexuais ou bissexuais, mas abaixo de Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e Canadá.
Com relação à idade, a proporção dos que declararam a orientação homossexual ou bissexual foi de:
4,8% na faixa etária entre 18 e 29 anos;
1,9% na faixa entre 30 e 39 anos;
1% no grupo entre 40 e 59 anos;
0,2% entre aqueles com 60 anos ou mais.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, entre os fatores que podem interferir na autodeclaração da orientação sexual e que podem ter interferido no resultado da análise regional, estão:
o contexto cultural;
o contexto familiar;
habitar em cidades pequenas;
inseguro para falar sobre o tema com pessoa estranha;
desconfiança com o uso da informação;
não compreensão dos termos homossexual e bissexual;
indefinição quanto a própria orientação sexual.
A pesquisa
O questionário foi aplicado em 108 mil domicílio. O manual da pesquisa, usado para consulta tanto dos entrevistadores quanto dos entrevistados, relacionava a orientação sexual a diferentes formas de atração afetiva e sexual de cada um. As opções estavam conceituadas da seguinte forma:
Heterossexualidade – Refere-se à atração sexual e/ou afetiva entre indivíduos de sexo oposto;
Bissexualidade – Refere-se à atração sexual e/ou afetiva por mais de um gênero ou sexo binário. Contrapõe-se às monossexualidades (heterossexualidade e homossexualidade);
Homossexualidade – Refere-se à atração sexual e/ou afetiva por outro indivíduo do mesmo sexo ou gênero;
Outra orientação sexual (especifique) – Quando o morador declarar orientação sexual diferentes das relacionadas anteriormente. Registrar, no campo especifico, a resposta do morador.