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Buritizáveis se atacam sem piedade em debate do Metrópoles

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Na reta final da campanha eleitoral, candidatos ao GDF “saíram das cordas” e protagonizaram embates quentes

Michael Melo/Metrópoles

“Pinóquio, incompetente, corrupto, bandido.” A 13 dias das eleições, os candidatos ao Governo do Distrito Federal elevaram ainda mais o tom e trocaram insultos durante o debate promovido pelo portal Metrópoles em parceria com sete rádios na noite dessa segunda-feira (24/9). Durante três horas, vários temas serviram de combustível para perguntas, réplicas e tréplicas carregadas de ironias e dedos em riste. Do lado de fora do Teatro dos Bancários, na 314/315 Sul, onde ocorreu o evento, verdadeiras “torcidas organizadas” entoavam gritos de guerra em apoio aos aspirantes ao GDF.

Figurando na quarta colocação nas recentes pesquisas de intenção de voto, Rodrigo Rollemberg (PSB) saiu das cordas e disparou críticas pesadas aos três adversários que estão à sua frente nos levantamentos: Eliana Pedrosa (Pros), Alberto Fraga (DEM) Ibaneis Rocha (MDB), e garantiu que, até 7 de outubro, “vai esquentar ainda mais”.

O socialista insinuou que empresas de Eliana Pedrosa participaram de esquemas quando uma das companhias dela tinha participação na gestão dos cemitérios da cidade. “A senhora não deu conta dos mortos, como daria dos vivos?“. Eliana rebateu, dizendo que acionaria o candidato à reeleição na Justiça e ressaltou que o atual governador “entrou em desespero”.

Assista ao debate na íntegra:

Rollemberg também protagonizou discussões acaladoras com Fraga, a quem acusou de “andar armado por ter medo do povo”. Ele ainda citou a condenação de 4 anos e 2 meses de Fraga pelo crime de concussão por supostas irregularidades cometidas na época em que o coronel aposentado da PMDF chefiava a Secretaria de Transportes.

“Você hoje foi condenado por cobrança de propina, quando era da Secretaria de Transportes. Se em vez de cobrar propina estivesse fazendo uma gestão para melhorar, a secretaria hoje estaria melhor”, disse.

Fraga, por sua, vez, acusou o governo Rollemberg de usar a máquina pública para “produzir essa condenação contra mim”. “O Pinóquio tem o nariz grande e as pernas curtas. A política não pode ser tão baixa. Isso tudo é desespero batendo à porta de quem está em quarto nas pesquisas”, respondeu.

Fraga retrucou, destacando que o adversário é o mais rico entre os postulantes ao Buriti e apontou incoerência em seu discurso de abrir mão do salário de governador. “Se eu tivesse seu dinheiro, nem na política eu estaria. Você anda despejando dinheiro pela cidade. Então, a população precisa começar a entender: como alguém gasta mais de R$ 15 milhões numa campanha e diz que não vai ganhar nada em quatro anos?”.

Jornalistas pressionam
No segundo bloco do debate mediado pela diretora de redação do Metrópoles, Lilian Tahan, e pelo diretor da Rádio Metrópoles FM, Toninho Pop, os jornalistas do portal fizeram perguntas aos aspirantes ao GDF.

Júlio Miragaya (PT) falou sobre a estratégia de usar parte do horário eleitoral para fazer a defesa do ex-presidente Lula, preso no âmbito da Operação Lava Jato. Miragaya confirmou que pretende, sim, manter o discurso de que Lula é um preso político. “A condenação dele foi uma forma de tirá-lo das eleições. A Justiça agiu de forma parcial”.

O petista também respondeu se o pífio desempenho nas pesquisas reflete o fato de ser correligionário de Agnelo Queiroz, que nem sequer conseguiu chegar ao segundo turno nas eleições de 2014. “O Agnelo realizou muita coisa. O Rollemberg fica criticando, mas o serviço público está deteriorado, o que não acontecia no governo Agnelo”, despistou.

Fátima Sousa (PSol) teve de explicar uma incoerência apontada em seu plano de governo, que traz poucas referências a lutas históricas da legenda, como reforma agrária e acesso a moradias. “Todas as bandeiras do partido foram incorporadas ao nosso plano de governo. E, se não foi, é porque está sendo construído a várias mãos”, explicou.

Paulo Chagas (PRP) foi colocado contra a parede pela apresentadora da Rádio Metrópoles Carmela. Ela quis saber do general quais políticas ele terá para as mulheres, uma vez que é aliado de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República com histórico polêmico de declarações contra o público feminino.

“Minha intenção não é fazer mais uma delegacia da mulher, é fazer com que as que existem funcionem. Temos visto o incremento desse crime e pretendo incluir, em cada delegacia, um setor para atender as mulheres em risco”, disse.

Ataques pessoais
Durante o embate, os candidatos não se limitaram a focar na discussão de ideias para melhoria do DF.  Por diversas vezes ocorreram ataques pessoais. Ibaneis Rocha, por exemplo, acusou Alexandre Guerra (Novo) de ter quebrado a rede fast food Giraffas – empresa da sua família. “Já sei que sua empresa está quebrada e, por isso, seu pai voltou [ao comando]. Quem não consegue administrar a empresa familiar, não consegue conduzir o Estado.”

Guerra respondeu que foi considerado por uma revista o melhor administrador e se afastou para a lançar-se candidato. “O Giraffas é um orgulho da cidade. Não quero que pessoas mal-intencionadas como você assumam o governo”, rebateu.

Depois, Ibaneis não poupou nem a filha de Rollemberg, ao qual acusou de ” advogar para uma empresa que presta serviço para o governo”. Na mesma ocasião, chamou o socialista de “bandido e corrupto“.

Irritado, Rollemberg pediu direito de resposta, o único deferido na noite. “Quanto custou para você entrar no MDB? Por que todo mundo sabe que você pagou para entrar no partido. Virou bonzinho agora, mas é milionário e nunca pisou fora do Plano Piloto”, retrucou.

Propostas
Apesar do tom quente do debate, os buritizáveis também aproveitaram o espaço para apresentarem aos eleitores suas propostas. Rogério Rosso (PSD) prometeu fazer o BRT entre Taguatinga e Ceilândia, expandir o Metrô e investir na Interbairros.

Júlio Miragaya garantiu efetivar as nomeações na área de educação, enquanto Ibaneis defendeu concurso público para as administrações regionais. Prometeu, caso eleito, chegar ao fim do eventual governo com 70% do quadro efetivo com servidores concursados.

Eliana Pedrosa prometeu cortar recursos de diversas áreas para investir na saúde, caso vença as eleições. Uma das medidas pretendidas é o corte de viagens. Para Fátima Sousa, urge a necessidade de uma “reforma pedagógica profunda”.

Alexandre Guerra, por sua vez, comprometeu-se a cortar 8 mil cargos comissionados. O candidato ao GDF pelo PRP, Paulo Chagas, propôs o pagamento das empresas de ônibus levando em consideração os quilômetros rodados, em vez de repassar dinheiro por pessoas transportadas.

O governador Rollemberg se comprometeu, caso seja reeleito, a garantir vagas em creches para crianças de 6 meses a 5 anos e, ainda, concluir a construção de cinco escolas técnicas. Questionado sobre desigualdade social, Fraga afirmou que irá gerar empregos e retomar projetos assistenciais, se for eleito.

Rede de emissoras
Durante três horas, nove candidatos ao GDF se enfrentaram no debate. Pela primeira vez na história do DF, formou-se uma rede de emissoras parceiras que, ao lado do Metrópoles, transmitiram o evento, simultaneamente e ao vivo.

Além do site e dos perfis do portal no Facebook, no YouTube e no Twitter, o brasiliense acompanhou o embate de ideias pela Metrópoles FM (104,1) e rádios Redentor AM (110), Atividade FM (107,1), Jovem Pan Brasília FM (106,3), Supra FM (90,9), JK FM (102,7) e JK AM (1410).

Participaram desta rodada: Alberto FragaAlexandre GuerraEliana PedrosaFátima Sousa, general Paulo ChagasIbaneis RochaJúlio MiragayaRodrigo Rollemberg e Rogério Rosso.

Fonte Metropolis

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, voltou a criticar o governo federal durante o Fórum Brasil | Transição Energética, realizado pelo Lide Brasil e Lide Brasília, no Brasília Palace Hotel. Com o tema “Transição energética e desenvolvimento urbano”, o evento reuniu políticos e empresários na manhã desta quarta-feira (4).

Retomando as críticas feitas na terça-feira (3), durante a 4ª Reunião de Governança Codese-GDF, Ibaneis Rocha preferiu abordar a possibilidade de redução no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), no bojo do pacote de cortes nos gastos, anunciado semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Saiu da cabeça de alguém pouco iluminado do governo federal a ideia de atrapalhar o DF mais uma vez. Há um ano e três meses, com o apoio da classe política e empresarial, com o Paulo (Octávio) nos ajudando, nós vencemos essa batalha no Senado, porque havíamos perdido na Câmara, e conseguimos manter a correção do FCDF, na forma originária”, lembrou. “Aquela medida legislativa deu a verdadeira independência do DF, que vivia, até aquele momento, de favores do governo federal. E o que busca hoje este mal iluminado à frente do governo federal? Simplesmente retroceder e colocar novamente, não os governos, mas a população do Distrito Federal a serviço do governo federal. Eles não conseguem admitir que a capital da República não seja submissa a eles”, completou.

Ibaneis reclamou da medida impositiva do governo Lula. “Não houve diálogo nem com a bancada deles aqui. É uma medida absurda do ponto de vista legal, financeiro e conceitual. A comparação feita, pelo ministro Fernando Haddad e por alguns da equipe econômica, com os fundos de desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia e do Centro-Oeste destoa totalmente da finalidade do FCDF. Os primeiros são para desenvolvimento e investimento para que estas regiões mais carentes possam ter sustentabilidade e uma economia que gera emprego e renda. Já o FCDF é um fundo de custeio para as forças de segurança, a saúde e a educação da capital. Essa característica é que traz a necessidade de manutenção da sua forma de correção”, afirmou, apontando o risco de achatamento destas categorias e elogiando a posição tomada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que defendeu a manutenção das regras do FCDF.

As críticas do governador encontraram eco junto aos outros participantes da solenidade de abertura do Fórum Brasil. O decano do Supremo Tribunal federal (STF), ministro Gilmar Mendes, reforçou o papel de Brasília e do Fundo Constitucional do DF.

“Em apoio às palavras do governador Ibaneis que é preciso entender o papel de Brasília no contexto geral. E foi neste cenário que se pensou, no governo Fernando Henrique Cardoso, no Fundo Constitucional, para estruturar Brasília de maneira adequada, tanto com responsabilidade fiscal. Brasília podia se tornar um centro de criminalidade, infelizmente, e por isso era ter condições de desenvolvimento”, rememorou

O ministro destacou ainda os desafios sociais enfrentados pela capital, como o Sol Nascente, maior favela do Brasil. “Não é um título que a gente queira ter. É preciso que os fundos sejam bem aplicados e que haja atenção em relação a esta temática. Brasília é importante para o desenvolvimento nacional, desde o projeto de Juscelino Kubitschek. O País ainda não percebeu o estadista grandioso que ele foi”, completou.

Para Paulo Octávio, presidente do lide Brasília e co-anfitrião do encontro, a alteração causa insegurança jurídica. “Na época, como deputado e depois senador, ajudei a fazer o Fundo, no governo Fernando Henrique Cardoso. O último ato dele como presidente da República, em dezembro de 2002, foi sancionar a criação do Fundo, que foi apoiado por todos os parlamentares, da Câmara, do Senado. O FCDF veio beneficiar uma cidade que nasceu para ser a capital da República e, de repente, querem mudar a forma dos reajustes, como está acontecendo agora. Isso aconteceu ano passado, nós conseguimos ganhar no Congresso, e a gente conseguiu reverter a situação. E agora, de repente, vem nesse pacote uma nova ameaça”, destacou.

“Como o governador Ibaneis colocou bem, é um prejuízo que vai aumentar a cada ano. Começa com prejuízo de R$ 1 bilhão, depois vai aumentando, porque a forma do reajuste será diferenciada e, logicamente, teremos menos recursos. É muito grave para uma cidade de crescimento, que não tem indústrias, que nasceu para ser a sede das embaixadas, da Justiça do nosso País e do governo. Brasília não pode ser comparada com outras capitais. Ela é diferenciada desde a sua criação. Nós temos que respeitar e parar de mudar as leis de acordo com o governante que está no momento”, disse.

O empresário confia que Congresso vai encarar com seriedade o assunto. “O partido a que pertenço, o PSD, já deu o total apoio para a não aprovação dessa mudança. Eu tenho certeza que os outros partidos também vão fazer o mesmo. É uma questão muito séria e não pode ser tratada da forma como vem sendo”, disse. Ele avaliou ainda que o ajuste nas contas públicas não precisa prejudicar a cidade.

“Brasília, dentro do panorama da redução de gastos de R$ 70 bilhões, é muito pequena. Não é prejudicando uma cidade que você vai fazer esse ajuste. Eu acho que a economia tem que vir de outras áreas, onde se gasta mais. Acho que o governo tem a sua equipe econômica para analisar e há forma de reduzir. Os orçamentos de alguns ministérios são imensos, então acho que se pode fazer um ajuste fiscal sem prejudicar uma cidade. É essa contrariedade que levamos ao governo federa. Não é justo mexer com uma cidade, com um projeto que já está aprovado, que é constitucional, que foi já discutido há tanto tempo. Não devemos atrapalhar uma coisa que funciona bem”, concluiu

Avanços e desafios na transição energética
Tema principal dos debates, os avanços e desafios da transição energética no Brasil foram foco de dois painéis. A energia limpa, especialmente a solar e a eólica, foram o foco das soluções para transformar o Brasil em um líder global. Para o ministro Gilmar Mendes, do STF, a importância da energia limpa é clara especialmente a solar e a hidrelétrica. Ele também alertou para os riscos das mudanças climáticas, citando que enchentes e secas são sinais de que políticas ambientais são urgentes.

Anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), o governador do Pará, Helder Barbalho, abordou o mercado de créditos de carbono. No estado, já foram certificadas 300 milhões de toneladas de carbono, com 12 milhões comercializadas por cerca de R$ 1 bilhão. “Esse mercado representa uma nova economia para o Pará, beneficiando comunidades e incentivando práticas sustentáveis”, disse o governador, que atribuiu o resultado à redução do desmatamento.

Ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates falou dos na transição energética no Brasil. Apesar do potencial do País nos campos de energia eólica e solar, é preciso um planejamento regional que pode gerar tensões. “Cada região precisará resolver suas demandas energéticas de forma local, o que pode gerar conflitos, especialmente em um país com matrizes tão diversas”, afirmou. Ele também cobrou uma estratégia clara para que o Brasil use sua posição privilegiada de forma eficaz.

O economista Roberto Giannetti, head do Lide Infraestrutura, falou do avanço das tecnologias de hidrogênio verde e baterias estáticas, que serão braços essenciais na transição energética. “O hidrogênio verde será fundamental para setores como a mobilidade urbana e a indústria. E as baterias estáticas resolverão problemas de intermitência na geração de energia renovável, como solar e eólica”, disse.

Paulo Octávio falou do crescimento da energia solar na capital federal. Atualmente, 20% dos empreendimentos em Brasília utilizam energia solar. E em seus próprios empreendimentos a energia é 100% solar. “A energia solar é uma fonte limpa, econômica e sustentável, que oferece redução de até 20% nos custos para os consumidores”, afirmou.

Ele também defendeu o planejamento antes da criação de bairros, para melhorar a vida dos cidadãos e apoiar a transição energética. “As cidades crescem no Brasil, muitas vezes, de forma desordenada. Discutir o planejamento futuro de como o cidadão vai viver melhor nas cidades é um grande tema. Acho que todos os prefeitos têm que participar. Porque o urbanismo é uma questão social e de qualidade de vida das pessoas”, destacou.

“Nós vivemos em uma cidade que foi planejada, talvez com a melhor qualidade de vida do mundo. O projeto inicial foi respeitado, a cidade foi tombada e continua sendo preservada por todos os governos que por aqui passam. O que está em jogo é o homem e a qualidade das pessoas. Eu defendo, inclusive, que as cidades sejam planejadas. Não adianta construir cidades espalhadas porque depois o governo não tem condições de levar a infraestrutura”, concluiu.

Fonte: Ascom Paulo Octávio

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