Enquanto a eletrificação avança na Europa para os carros, os comerciais leves apostam também no hidrogênio. Já os caminhões ainda estão longe de obter uma alternativa definitiva para reduzir as emissões de CO2.

Uma opção que está ganhando espaço traz uma solução do passado. Com catenárias como de trens elétricos e pantógrafos quem lembram bondes ou trólebus, os caminhões híbridos recarregáveis ampliam seu alcance.

Trata-se da E-Higway, um conceito de estrada eletrificada com rede aérea para que os caminhões híbridos possam usar eletricidade em trechos específicos das rodovias, economizando combustível e evitando a emissão de poluentes.

O Reino Unido e a Alemanha estão aderindo à E-Highway, que demanda investimento em infraestrutura para uso dos caminhões, mas que também traz benefícios além da alimentação de caminhões especialmente modificados.

Empresas como Continental e Siemens apostam que a tecnologia pode ser viável em rodovias e estão desenvolvendo sistemas que possibilitem aos veículos híbridos, inclusive os movidos por células de combustível (hidrogênio), usem as redes.

Nesse caso, o caminhão precisa de um pantógrafo automático, que se eleva independente do motorista na presença da rede aérea de energia. O sistema funciona como num trem elétrico, onde a energia flui diretamente para o veículo.

Contudo, em desacelerações ou declives, onde o caminhão usa os freios regenerativos ou freio-motor regenerativo, o fluxo de energia se inverte e a eletricidade volta para a rede aérea.

Em trechos de longas descidas, como em serras, por exemplo, os caminhões híbridos poderiam fornecer essa energia para o sistema para se beneficiar na subida do mesmo trecho no retorno, onde os veículos precisarão de mais força para subir.

Na Alemanha, a Siemens acredita que 4.000 km dos 13.000 km de rodovias do país podem ser eletrificados, visto que estudos indicaram que dois terços do consumo no transporte ocorre em menos de um terço da malha rodoviária local.

A tecnologia também está sendo testada na Califórnia, através da Siemens, que eletrificou alguns trechos de estrada para avaliar o sistema elétrico. No Reino Unido, o país quer eletrificar boa parte da malha rodoviária e cobra ruma taxa nacional pelo uso da energia.

Aqui no Brasil, especialmente em rodovias muito movimentadas, trechos eletrificados seriam interessantes, desde que as redes não impactem no Operador Nacional do Sistema Elétrico.

O custo da operação com energia poderia reduzir os preços dos fretes com caminhões híbridos, que naturalmente pagariam uma taxa para uso dessa energia, podendo ainda compensar com a devolução de parte da eletricidade.

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