Centros 24 horas para mulheres vítimas de violência podem se tornar realidade no DF

Centros 24 horas para mulheres vítimas de violência podem se tornar realidade no DF


Projeto de lei do deputado Hermeto propõe atendimento psicológico e jurídico ininterrupto nas regiões administrativas do Distrito Federal

A Câmara Legislativa do Distrito Federal analisa um novo projeto de lei que pode transformar a forma como mulheres vítimas de violência são acolhidas no DF. De autoria do deputado distrital Hermeto (MDB), a proposta prevê a criação dos Centros Regionais de Apoio Psicológico e Jurídico a Mulheres Vítimas de Violência, com funcionamento ininterrupto, 24 horas por dia, sete dias por semana.

O objetivo, segundo o parlamentar, é garantir atendimento especializado, humanizado e imediato às mulheres em situação de violência doméstica, familiar ou de gênero. “A violência não tem hora para acontecer, e o poder público precisa estar pronto para agir em qualquer momento”, defende Hermeto.

Os Centros oferecerão suporte psicológico individual e em grupo, assistência jurídica gratuita (incluindo orientação legal, acompanhamento processual e pedidos de medidas protetivas), além de ações educativas sobre direitos das mulheres e enfrentamento à violência de gênero.

Outro ponto central é a articulação com os serviços de saúde, segurança pública e assistência social, visando um acolhimento mais completo e eficiente. “Essa integração é fundamental para garantir a proteção integral das vítimas e romper com o ciclo da violência”, afirma o autor do projeto.

De acordo com a proposta, os Centros serão implantados em diversas Regiões Administrativas, priorizando aquelas com maior densidade populacional e índices mais elevados de violência contra a mulher. A medida visa ampliar o acesso ao serviço e descentralizar o atendimento.

“Queremos que uma mulher que mora em qualquer ponto do DF tenha para onde correr, a qualquer hora, e saiba que será acolhida com respeito, privacidade e segurança”, afirma Hermeto.

Cada unidade contará com equipe multidisciplinar composta por psicólogos, advogados, assistentes sociais e agentes de apoio. Todos serão capacitados para lidar com casos de violência contra a mulher, atuando em regime de plantão permanente.

O projeto prevê ainda que os Centros contarão com salas reservadas para atendimentos, linhas de emergência e fácil acesso ao transporte público. A regulamentação da lei deverá ser feita pelo Poder Executivo em até 90 dias após a publicação, incluindo a definição das escalas de trabalho que garantirão o funcionamento contínuo.

Para viabilizar a proposta, o governo deverá destinar uma dotação orçamentária específica, garantindo recursos para a implantação e manutenção das unidades, além da capacitação contínua dos profissionais.

A proposta também abre espaço para que universidades, ONGs e entidades privadas sem fins lucrativos colaborem com os Centros, fortalecendo os serviços oferecidos. Essa colaboração poderá ajudar na oferta de atendimento especializado e programas de prevenção e conscientização sobre violência de gênero.

A iniciativa está em consonância com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que estabelece diretrizes para o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, além da Constituição Federal e da Convenção de Belém do Pará, da qual o Brasil é signatário.

“A proposta reafirma nosso compromisso com a dignidade da pessoa humana e com os direitos das mulheres. Precisamos garantir uma rede pública forte, que acolha, proteja e empodere essas mulheres”, reforça Hermeto.

A justificativa do projeto destaca a urgência da proposta frente à realidade enfrentada diariamente por muitas mulheres. Dados mostram que grande parte dos episódios de violência ocorre à noite ou de madrugada, justamente quando os serviços públicos estão indisponíveis.

“A demora no atendimento pode agravar os danos físicos, psicológicos e jurídicos sofridos pelas vítimas. Com os Centros funcionando 24 horas, damos uma resposta imediata e eficaz”, conclui Hermeto.

O projeto será agora analisado pelas comissões temáticas da Câmara Legislativa antes de seguir para votação em plenário. Caso aprovado, o DF será uma das primeiras unidades da federação a garantir esse tipo de atendimento ininterrupto a mulheres vítimas de violência.

A expectativa é que a proposta avance rapidamente, diante da urgência social e da ampla aceitação entre os parlamentares. A iniciativa do deputado Hermeto poderá representar um avanço concreto na luta pela proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade no Distrito Federal.

Por Vanessa de Araújo



Hermeto

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