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Conheça a trajetória de Rodrigo Rollemberg

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Conheça a trajetória de Rodrigo Rollemberg, o candidato que precisa reverter 423 mil votos

Tarimbado por três décadas de vida pública, o socialista se espelha em outros pleitos para tentar virar o jogo e se reeleger ao GDF

Igo Estrela/Metrópoles

Não se pode negar que Rodrigo Rollemberg é um homem de sorte. Ao longo de 33 anos de vida pública, o atual governador da capital do país se beneficiou de acasos e soube aproveitar as oportunidades surgidas para representar a população do Distrito Federal na Câmara Legislativa, no Congresso Nacional e no Executivo local. Na campanha deste ano, por exemplo, o candidato à reeleição ao GDF conseguiu chegar ao segundo turno, mesmo figurando na terceira posição na maioria das pesquisas de intenções de voto.

Vinte e quatro anos antes, quando ainda flertava com a política, o socialista não obteve votos suficientes para ocupar uma das cadeiras do parlamento local, mas debutou na Casa nos eventuais afastamentos de Wasny de Roure (PT), de quem era suplente.

Em 1998, elegeu-se sem sustos ao conquistar 15.942 sufrágios, o 5º mais votado da cidade. Em 2002, fracassou na tentativa de chegar ao Buriti, mas, no ano de 2006, voltou a andar de mãos dadas com a sorte e se firmou como deputado federal. Com 55.917 votos, ficou na 9ª posição – são oito parlamentares pelo DF –, mas estreou na Câmara Federal graças à coligação.

No pleito seguinte, Rollemberg navegou em águas calmas e, com 738 mil votos, foi alçado ao posto de senador da República. Mas o carioca de 59 anos e radicado em Brasília desde o primeiro ano de vida ambicionava voos mais altos. Contrariando os institutos de pesquisas – que o colocavam como figurante na corrida pelo Palácio do Buriti, em 2014 –, apresentou sua candidatura. À época, a disputa estava polarizada entre o ex-governador José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), que tentava a reeleição.

Tragado pela Lei da Ficha Limpa e com registro indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Arruda renunciou à corrida ao GDF e colocou em seu lugar Jofran Frejat (PR). O ex-secretário de Saúde herdou parte do espólio arrudista e chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Rollemberg, que se apresentava como opção de quem repugnava a volta de Arruda ao poder e, ao mesmo tempo, reprovava a gestão petista.

Até o dia 28 deste mês, quando os brasilienses voltam às urnas, o socialista precisará muito mais do que sorte para reverter a diferença abissal de votos em relação a Ibaneis Rocha (MDB). No primeiro turno, o emedebista obteve 634.008 votos, contra 210.510 de Rollemberg, uma diferença de 423.498 sufrágios.

primeira sondagem do segundo turno, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, mostra que 73,6% dos moradores do Distrito Federal pretendem votar no ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional DF (OAB-DF), enquanto apenas 26,4% disseram que darão nova chance ao titular do Buriti.

Família tradicional
Apesar de na carteira de identidade constar o Rio de Janeiro como local de nascimento, Rollemberg mudou-se com os pais para Brasília com apenas 1 ano de idade, onde cursou os ensinos fundamental e médio e se formou em história pela Universidade Brasília (UnB). A ligação com a cidade fez o socialista criar um slogan bastante usado no início de sua gestão. Em seu primeiro discurso como governador, em 1º de janeiro de 2015, se autoproclamou da “geração Brasília”.

Rollemberg integra a chamada família tradicional: cristão e casado com Márcia Rollemberg, com quem tem três filhos, cultiva o hábito de visitar a mãe com frequência, mesmo com a agenda sempre cheia – em razão do cargo que ocupa. Aliás, o apartamento de Dona Teresa Sobral Rollemberg, 84 anos, na 206 Sul, passou a ser uma espécie de QG da equipe do governador. Durante o mandato, o atual gestor do GDF preteriu, em diversas ocasiões, a Residência Oficial de Águas Claras para debater os rumos da cidade no imóvel de 220 metros da matriarca do clã.

Da sala de Dona Teresa, saíram decisões importantes e polêmicas, como a que manteve no cargo o então comandante-geral da Polícia Militar, coronel Florisvaldo Cesar, e que, consequentemente, culminou no pedido de exoneração do primeiro secretário de Segurança Pública de Rollemberg: o professor Arthur Trindade. Na ocasião, o oficial e o docente entraram em atrito após a PMDF reprimir com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha uma manifestação de professores da rede pública.

Veja fotos de Rollemberg ao longo dos seus 59 anos:

Polêmicas
Ao longo dos seus 3 anos e 10 meses de mandato, Rollemberg teve de lidar com dezenas de paralisações de servidores públicos e termina seu governo brigado com os principais sindicatos. Seu posicionamento divide opiniões: grande parcela do funcionalismo se sentiu desprestigiada diante da postura considerada intransigente do chefe do Executivo local. Por outro lado, o socialista cresceu no conceito de diversos brasilienses que concordam com a medida e defendem uma atitude mais firme dos governantes em relação aos sindicalistas.

Rollemberg concluirá seu mandato resvalado de denúncias de corrupção que bateram à porta do Palácio do Buriti. Em operações como a Checklist e a Trickster, a polícia desmontou tramas produzidas por pessoas enfronhadas em cargos estratégicos na estrutura da sede do governo. No entanto, o caso mais constrangedor ocorreu quando viu o nome do irmão, o advogado Carlos Augusto Sobral Rollemberg, envolvido em suposto esquema de tráfico de influência que agia no coração do GDF.

Há quase duas semanas, Guto e outros alvos da Operação (12:26) foram indiciados pela Polícia Civil. O caso aguarda análise do Ministério Público. A respeito dos episódios, Rollemberg atribui o fato a uma perseguição da PCDF, cujos sindicatos que representam a categoria o acusam de “sucatear” a corporação e acabar com a histórica paridade salarial com a Polícia Federal.

Rollemberg ainda passou boa parte da gestão às turras com o vice, Renato Santana (PSD). A relação ficou abalada após o número 2 do Buriti ser gravado fazendo duras críticas ao atual gestor. O pessedista chegou a revelar que tinha conhecimento de casos de corrupção dentro do governo. O convívio piorou depois de uma cunhada de Santana morrer em um hospital da rede pública de saúde. O vice atribuiu a culpa à má qualidade da gestão do socialista.

O chefe do Executivo local ainda se viu constrangido ao figurar na relação de 16 nomes de governadores eleitos que supostamente teriam recebido propina da JBS nas eleições de 2014. Em maio de 2017, Ricardo Saud, ex-executivo da J&F, holding controladora da JBS, afirmou que a companhia teria desembolsado R$ 852,8 mil para reforçar a campanha do então candidato ao Palácio do Buriti, acusação rechaçada pela defesa do buritizável.

Tarimbado por mais de três décadas de vida pública, Rollemberg se apega ao que chama de “feitos” de sua gestão para tentar reverter a alta rejeição demonstrada em pesquisas. Durante suas andanças, recorre à desobstrução da Orla do Lago Paranoá, à urbanização de parte do Sol Nascente, e ao pagamento em dia dos servidores públicos como exemplos de realizações marcantes de sua administração.

Mais do que sorte, o atual “dono da chave” do Buriti precisará de muito poder de persuasão na reta final da campanha eleitoral para convencer o brasiliense de que merece permanecer na cadeira mais importante do DF.

Fonte: Metropolis

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, voltou a criticar o governo federal durante o Fórum Brasil | Transição Energética, realizado pelo Lide Brasil e Lide Brasília, no Brasília Palace Hotel. Com o tema “Transição energética e desenvolvimento urbano”, o evento reuniu políticos e empresários na manhã desta quarta-feira (4).

Retomando as críticas feitas na terça-feira (3), durante a 4ª Reunião de Governança Codese-GDF, Ibaneis Rocha preferiu abordar a possibilidade de redução no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), no bojo do pacote de cortes nos gastos, anunciado semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Saiu da cabeça de alguém pouco iluminado do governo federal a ideia de atrapalhar o DF mais uma vez. Há um ano e três meses, com o apoio da classe política e empresarial, com o Paulo (Octávio) nos ajudando, nós vencemos essa batalha no Senado, porque havíamos perdido na Câmara, e conseguimos manter a correção do FCDF, na forma originária”, lembrou. “Aquela medida legislativa deu a verdadeira independência do DF, que vivia, até aquele momento, de favores do governo federal. E o que busca hoje este mal iluminado à frente do governo federal? Simplesmente retroceder e colocar novamente, não os governos, mas a população do Distrito Federal a serviço do governo federal. Eles não conseguem admitir que a capital da República não seja submissa a eles”, completou.

Ibaneis reclamou da medida impositiva do governo Lula. “Não houve diálogo nem com a bancada deles aqui. É uma medida absurda do ponto de vista legal, financeiro e conceitual. A comparação feita, pelo ministro Fernando Haddad e por alguns da equipe econômica, com os fundos de desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia e do Centro-Oeste destoa totalmente da finalidade do FCDF. Os primeiros são para desenvolvimento e investimento para que estas regiões mais carentes possam ter sustentabilidade e uma economia que gera emprego e renda. Já o FCDF é um fundo de custeio para as forças de segurança, a saúde e a educação da capital. Essa característica é que traz a necessidade de manutenção da sua forma de correção”, afirmou, apontando o risco de achatamento destas categorias e elogiando a posição tomada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que defendeu a manutenção das regras do FCDF.

As críticas do governador encontraram eco junto aos outros participantes da solenidade de abertura do Fórum Brasil. O decano do Supremo Tribunal federal (STF), ministro Gilmar Mendes, reforçou o papel de Brasília e do Fundo Constitucional do DF.

“Em apoio às palavras do governador Ibaneis que é preciso entender o papel de Brasília no contexto geral. E foi neste cenário que se pensou, no governo Fernando Henrique Cardoso, no Fundo Constitucional, para estruturar Brasília de maneira adequada, tanto com responsabilidade fiscal. Brasília podia se tornar um centro de criminalidade, infelizmente, e por isso era ter condições de desenvolvimento”, rememorou

O ministro destacou ainda os desafios sociais enfrentados pela capital, como o Sol Nascente, maior favela do Brasil. “Não é um título que a gente queira ter. É preciso que os fundos sejam bem aplicados e que haja atenção em relação a esta temática. Brasília é importante para o desenvolvimento nacional, desde o projeto de Juscelino Kubitschek. O País ainda não percebeu o estadista grandioso que ele foi”, completou.

Para Paulo Octávio, presidente do lide Brasília e co-anfitrião do encontro, a alteração causa insegurança jurídica. “Na época, como deputado e depois senador, ajudei a fazer o Fundo, no governo Fernando Henrique Cardoso. O último ato dele como presidente da República, em dezembro de 2002, foi sancionar a criação do Fundo, que foi apoiado por todos os parlamentares, da Câmara, do Senado. O FCDF veio beneficiar uma cidade que nasceu para ser a capital da República e, de repente, querem mudar a forma dos reajustes, como está acontecendo agora. Isso aconteceu ano passado, nós conseguimos ganhar no Congresso, e a gente conseguiu reverter a situação. E agora, de repente, vem nesse pacote uma nova ameaça”, destacou.

“Como o governador Ibaneis colocou bem, é um prejuízo que vai aumentar a cada ano. Começa com prejuízo de R$ 1 bilhão, depois vai aumentando, porque a forma do reajuste será diferenciada e, logicamente, teremos menos recursos. É muito grave para uma cidade de crescimento, que não tem indústrias, que nasceu para ser a sede das embaixadas, da Justiça do nosso País e do governo. Brasília não pode ser comparada com outras capitais. Ela é diferenciada desde a sua criação. Nós temos que respeitar e parar de mudar as leis de acordo com o governante que está no momento”, disse.

O empresário confia que Congresso vai encarar com seriedade o assunto. “O partido a que pertenço, o PSD, já deu o total apoio para a não aprovação dessa mudança. Eu tenho certeza que os outros partidos também vão fazer o mesmo. É uma questão muito séria e não pode ser tratada da forma como vem sendo”, disse. Ele avaliou ainda que o ajuste nas contas públicas não precisa prejudicar a cidade.

“Brasília, dentro do panorama da redução de gastos de R$ 70 bilhões, é muito pequena. Não é prejudicando uma cidade que você vai fazer esse ajuste. Eu acho que a economia tem que vir de outras áreas, onde se gasta mais. Acho que o governo tem a sua equipe econômica para analisar e há forma de reduzir. Os orçamentos de alguns ministérios são imensos, então acho que se pode fazer um ajuste fiscal sem prejudicar uma cidade. É essa contrariedade que levamos ao governo federa. Não é justo mexer com uma cidade, com um projeto que já está aprovado, que é constitucional, que foi já discutido há tanto tempo. Não devemos atrapalhar uma coisa que funciona bem”, concluiu

Avanços e desafios na transição energética
Tema principal dos debates, os avanços e desafios da transição energética no Brasil foram foco de dois painéis. A energia limpa, especialmente a solar e a eólica, foram o foco das soluções para transformar o Brasil em um líder global. Para o ministro Gilmar Mendes, do STF, a importância da energia limpa é clara especialmente a solar e a hidrelétrica. Ele também alertou para os riscos das mudanças climáticas, citando que enchentes e secas são sinais de que políticas ambientais são urgentes.

Anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), o governador do Pará, Helder Barbalho, abordou o mercado de créditos de carbono. No estado, já foram certificadas 300 milhões de toneladas de carbono, com 12 milhões comercializadas por cerca de R$ 1 bilhão. “Esse mercado representa uma nova economia para o Pará, beneficiando comunidades e incentivando práticas sustentáveis”, disse o governador, que atribuiu o resultado à redução do desmatamento.

Ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates falou dos na transição energética no Brasil. Apesar do potencial do País nos campos de energia eólica e solar, é preciso um planejamento regional que pode gerar tensões. “Cada região precisará resolver suas demandas energéticas de forma local, o que pode gerar conflitos, especialmente em um país com matrizes tão diversas”, afirmou. Ele também cobrou uma estratégia clara para que o Brasil use sua posição privilegiada de forma eficaz.

O economista Roberto Giannetti, head do Lide Infraestrutura, falou do avanço das tecnologias de hidrogênio verde e baterias estáticas, que serão braços essenciais na transição energética. “O hidrogênio verde será fundamental para setores como a mobilidade urbana e a indústria. E as baterias estáticas resolverão problemas de intermitência na geração de energia renovável, como solar e eólica”, disse.

Paulo Octávio falou do crescimento da energia solar na capital federal. Atualmente, 20% dos empreendimentos em Brasília utilizam energia solar. E em seus próprios empreendimentos a energia é 100% solar. “A energia solar é uma fonte limpa, econômica e sustentável, que oferece redução de até 20% nos custos para os consumidores”, afirmou.

Ele também defendeu o planejamento antes da criação de bairros, para melhorar a vida dos cidadãos e apoiar a transição energética. “As cidades crescem no Brasil, muitas vezes, de forma desordenada. Discutir o planejamento futuro de como o cidadão vai viver melhor nas cidades é um grande tema. Acho que todos os prefeitos têm que participar. Porque o urbanismo é uma questão social e de qualidade de vida das pessoas”, destacou.

“Nós vivemos em uma cidade que foi planejada, talvez com a melhor qualidade de vida do mundo. O projeto inicial foi respeitado, a cidade foi tombada e continua sendo preservada por todos os governos que por aqui passam. O que está em jogo é o homem e a qualidade das pessoas. Eu defendo, inclusive, que as cidades sejam planejadas. Não adianta construir cidades espalhadas porque depois o governo não tem condições de levar a infraestrutura”, concluiu.

Fonte: Ascom Paulo Octávio

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