O educador se defendeu e contou com a ajuda do vigilante da escola para conter o garoto. Em seguida, o adolescente fugiu e a PM foi acionada. De posse das características do agressor, os policiais encontraram o rapaz na rua atrás do colégio, acompanhado dos outros dois garotos, fazendo uso de droga.
O trio foi apreendido e levado para Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Na unidade policial, foi constatado que os meninos de 12 e 13 anos são irmãos, estavam faltando aula, e têm diversas passagens pela delegacia especializada.
O vice-diretor, Alex Cruz Brasil, 45 anos, contou os momentos de terror que passou nesta manhã. De acordo com ele, o aluno teria sido suspenso na quinta (6), pois teria arremessado o lanche nas colegas. Nesta segunda-feira (10), apareceu na porta do colégio, onde foi barrado pelo servidor.
“Estava irritado, apontava o dedo para mim, me xingou, desacatou. Quando neguei a entrada dele mais uma vez, tentou me dar um soco na cara, desviei e ele acertou o meu ombro. Depois puxou o canivete automático, enrolei minha camisa de frio no braço e tentei me defender, até que recebi ajuda do vigilante e outros servidores”, contou.
Ao Metrópoles, Alex Brasil disse que casos de ameaça são recorrentes no colégio onde atua há 15 anos. Ele teme outro episódio de agressão. “Amanhã ele estará de volta e como vou fazer? Não quero que ele fique sem estudar, quero que participe das aulas, mas temo pela minha segurança”, destacou.
Aconselhado pelos policiais militares que atuaram na ocorrência, Alex registrou boletim de ocorrência na DCA.
Outros episódios de violência
Também nesta segunda (10), dois adolescentes, um de 16 e outro de 17, foram apreendidos na porta do Centro Educacional 6, no Gama. Eles começaram a brigar na saída do turno. A PM foi chamada e, ao abordá-los, encontraram 15 pedras de crack com os suspeitos.
Eles disseram que são estudantes do colégio e confirmaram que estavam no local para comercializar a droga. Ambos foram levados para a DCA.
No dia 28 de agosto deste ano, um aluno de 13 anos do Centro de Ensino Fundamental 19, na QNN 18/20, em Ceilândia, esfaqueou um colega de 15 anos durante uma briga. O adolescente ficou ferido no abdômen e no pescoço.
Acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu a vítima. Por sorte, o ferimento foi superficial. O outro menor foi levado para a DCA.
Cinco dias antes, um caso semelhante foi registrado na mesma região administrativa. Um adolescente de 14 anos foi apreendido por policiais da 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) por ato infracional análogo à tentativa de homicídio. De acordo com os investigadores, o menor deu uma facada no braço de um colega, de 13.
A apreensão foi realizada naquela quinta, pouco depois do crime. De acordo com as investigações, o acusado só parou as agressões quando foi contido por outros alunos da Escola Classe 31, localizada na QNO 17, Ceilândia.
Antes do ato infracional, os dois menores haviam trocado ameaças no interior do colégio. “Inclusive, os responsáveis pelos adolescentes foram chamados pela direção da escola”, conta o delegado-chefe da 24ª DP, Ricardo Viana.
Após golpear a vítima na saída da escola, ele fugiu. No entanto, foi localizado e apreendido. O menor foi encaminhado para a DCA.
Diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro), Samuel Fernandes disse que os casos de violência têm sido cada vez mais comuns nos colégios públicos. “As escolas ficam, muitas vezes, vulneráveis. A situação poderia melhorar se orientadores educacionais, que são mediadores de conflitos, fossem chamados. Há 1 mil aprovados em concurso que vence em janeiro de 2019 à espera de de convocação”, pontuou.
A Secretaria de Educação informa que aguarda a investigação policial com relação ao caso de Samambaia para tomar as devidas providências, caso seja necessário. “A pasta esclarece ainda que desenvolve, ao longo do ano, por meio de projetos pedagógicos, temas como cidadania e direitos humanos, mediação de conflitos, combate às drogas, entre outros assuntos, como forma de prevenir e combater a violência”.
“A secretaria trabalha ainda em parceria com o Batalhão Escolar, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que mantém ações educativas dentro das unidades escolares por meio do programa Viva Brasília nas Escolas”, assinalou a secretaria.
Fonte: Metropolis
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