Segundo relato de uma pessoa que presenciou a palestra, “no final ele (Araújo) passou a especular que seria importante discutir seriamente a exodiplomacia (diplomacia entre seres de outros planetas)”.
A típica blague diplomática, uma brincadeira para descontrair a plateia segundo disse o futuro chanceler ao Estado, passou a circular nas redes sociais desde quarta-feira (14/11), quando Araújo foi escolhido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para comandar a diplomacia brasileira.
“Se um aluno do Rio Branco não é capaz de entender o senso de humor de uma brincadeira como essa, que fiz na ocasião para descontrair a plateia, fico ainda mais convencido da necessidade de mudanças na formação dos novos diplomatas”, disse o futuro chanceler.
Nas mensagens enviadas desde quarta-feira a jornalistas, diplomatas e políticos, uma foto de Araújo durante a palestra com o slide polêmico ao fundo é associada a outras teses heterodoxas defendidas pelo diplomata.
Em outro slide, Araújo aborda a hipótese do “design inteligente”, considerada por diversas fontes como “pseudocientífica”, pela qual certas características dos seres vivos são explicadas por uma “causa inteligente” e não pela evolução das espécies. A tese foi popularizada na década de 1980 depois da proibição do ensino do criacionismo nas escolas dos EUA.
Na palestra, Araújo abordou também os ciclos de Milankovitch, tese científica que voltou à moda recentemente como argumento contra a teoria do aquecimento global. Artigos publicados pelo futuro chanceler no blog Metapolítica 17 sustentam que o aquecimento global seria uma conspiração “marxista”.
Em algumas mensagens, a brincadeira de Araújo é levada a sério e associada a declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente orientou o Departamento de Defesa e o Pentágono a estabelecerem uma “força espacial como sexto ramo das Forças Armadas”. “A Força Espacial está a caminho” tuitou Trump.
Em outras, os mensageiros dão corda para o senso de humor do futuro chanceler e lembram, em tom de deboche, que o astronauta Marcos Pontes, indicado para comandar o Ministério da Ciência e Tecnologia, foi consultor do conselho editorial do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV).
Fonte: Metropolis
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