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Acusação contra irmão de Rollemberg é “gravíssima”, dizem políticos

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Deputados e candidatos ao GDF cobram mais investigações contra Guto Rollemberg, apontado como ponto focal de organização que agia no Buriti

Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

Novos detalhes do caso, investigado no âmbito da Operação (12:26), foram revelados pelo Metrópoles na sexta-feira (10/8). A investida das autoridades foi deflagrada na terça (7). Mas, até então, não havia sido divulgado que um parente do governador estava entre os envolvidos. A notícia sacudiu o meio político. Candidatos ao GDF, deputados distritais, federais e um senador reagiram com indignação.

O senador Cristovam Buarque (PPS) ressaltou a contradição do lema da campanha de Rollemberg, lançado um dia antes da operação: Brasília de Mãos Limpas. “O governador escolheu um slogan que não permite a ele ter mancha alguma em sua trajetória”, pontuou.

Presidente do PT-DF, a deputada federal Erika Kokay subiu o tom. “As mãos dele estão sujas e vazias de políticas públicas para o povo do Distrito Federal. Rollemberg, do topo de sua arrogância e autoritarismo, tentou esganar o DF. E essa é a verdadeira face dele, envolvida em denúncias. Agora, o povo descobre por que ele sempre atacou a Polícia Civil.”

Reação na Câmara Legislativa
Distritais agendaram, para a próxima segunda-feira (13), às 15h, na reunião do Colégio de Líderes da Câmara Legislativa, um encontro com todos os parlamentares para debater a denúncia de tráfico de influência e outros crimes envolvendo o irmão do governador.

“É um assunto gravíssimo. O mais assustador é que, com a investigação da Polícia Civil, há um viés oficial, que atinge não só o fígado, mas o coração do governo. Se a investigação e a denúncia forem confirmadas, o governo local deve responder a uma ação penal imediata”, disse Raimundo Ribeiro (MDB), terceiro-secretário da Mesa Diretora.

O vice-presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), e Claudio Abrantes (PDT) publicaram vídeos nas redes sociais para comentar o escândalo. Para o emedebista, “as mãos do governo talvez não sejam tão limpas assim, como o governador tem pregado nos últimos quatro anos, jogando pedra no telhado alheio”.

Confira:

Abrantes, por sua vez, reclama da postura do PSB, que, em nota divulgada na manhã de sexta (10/8), voltou a artilharia contra os órgãos de investigação e os meios de comunicação. “É preciso colaborar com a investigação, não ficar criticando a polícia e a imprensa. Não se pode desqualificar quem trabalha para combater a corrupção”, afirmou.

Veja a gravação:

O deputado Wasny de Roure (PT) ressaltou o fato de, além do irmão do governador, haver o envolvimento de pessoas próximas do chefe do Executivo. “Não é a primeira vez que surge essa questão de tráfico de influência envolvendo o governador e sua família. Tivemos o caso recente do Marcello Nóbrega [ex-assessor da Casa Civil]. É uma forma de corrupção difícil de descobrir, e ela acaba demonstrando que há pessoas íntimas do governo envolvidas, o que é grave.”

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Robério Negreiros (PSD) também demonstrou indignação com a denúncia que chegou na antessala do governador. “Houve busca e apreensão na Casa Civil, que tem ascendência sobre todas as secretarias do governo. Respeitando a ampla defesa e o contraditório, são indícios fortes de que um irmão do governador, segundo áudios, praticou tráfico de influência e advocacia administrativa, que são crimes”, avaliou.

Rafael Prudente (MDB) tem posicionamento semelhante: “As denúncias devem ser apuradas direitinho e devem ficar a cargo da Polícia Civil e do Ministério Público. É preciso, também, que a Câmara Legislativa acompanhe toda essa investigação.”

Buritizáveis
Nove dos 10 rivais de Rollemberg que disputarão o GDF em outubro também comentaram os fatos apurados na Operação (12:26). O deputado federal Rogério Rosso (PSD) diz que são “gravíssimos” os episódios da investigação envolvendo a família de Rollemberg. Ele ainda lamentou a nota publicada pelo PSB.

É lamentável que o trabalho responsável e competente da Polícia Civil e da Justiça do DF seja criticado pelo partido do governador, minimizando e politizando questões da mais alta gravidade supostamente ocorridas dentro do Buriti. É lamentável desvirtuar fatos com ataques sorrateiros às instituições e à imprensa

Rogério Rosso, candidato ao Palácio do Buriti

O também deputado federal e postulante ao Executivo Alberto Fraga (DEM) não poupou críticas ao governo. Ele comentou o episódio no plenário da Câmara. “Além de não fazer nada para o povo de Brasília, esse governo está com os podres aparecendo. O pior é quando surge um membro da família no centro disso. É muito grave”, afirmou.

Confira:

Representante do PT na disputa pelo Buriti, o ex-presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) Júlio Miragaya alfinetou o discurso de candidatura limpa de Rollemberg. “Usou isso para encobrir a fragilidade nas outras áreas, mas o castigo vem a cavalo. Ele está pagando o preço por esse discurso, no qual tentava encobrir os próprios problemas”, disparou.

A magnitude do suposto esquema criminoso, apurado pela Polícia Civil em parceria com a 1ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep), do MPDFT, também é destacada pela ex-distrital Eliana Pedrosa (Pros). “São graves as denúncias com pessoas tão próximas ao governador, principalmente quando se trata de um nome que foi crítico ferrenho de outras gestões”, pontuou. Eliana está entre os nomes que vão disputar o GDF.

O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF) Ibaneis Rocha (MDB), outro postulante ao Buriti, disse que, embora se trate de fase inicial do inquérito, “não há de se desprezar a gravidade” do caso. “Principalmente por envolver um irmão do governador, que não tem procuração para falar pelo chefe do Executivo.”

Para o general Paulo Chagas (PRP), é “lamentável” o governador permitir “que um um parente tão próximo se valha da condição de irmão para alcançar esse nível de corrupção”. O militar da reserva diz esperar que “o governador tenha bons argumentos para justificar isso perante a sociedade”.

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Candidata ao GDF pelo PSol, a professora da Universidade de Brasília (UnB) Fátima Sousa afirma estar atenta para não surgir, durante o processo eleitoral, uma “operação abafa”. Segundo a docente, o governo sob comando de Rollemberg “paga o preço por não ter cumprido a promessa de investir fortemente em transparência”.

O empresário Alexandre Guerra (Novo) defende a ação da Polícia Civil e do MPDFT. “Os fatos são graves e merecem apuração aprofundada. A gente sabe que existem diversos espaços abertos para corrupção no governo e, por isso, acho importante o trabalho da polícia no sentido de investigar”, opinou.

Opinião divergente
Candidato ao Governo do Distrito Federal pelo PCO, o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília Renan Rosa de Arruda admite serem “graves” os fatos apontados pela Polícia Civil em parceria com o MPDFT. Porém, Renan acredita que possa se tratar de “uma política no sentido de favorecer os setores da direita que estão na disputa pelo GDF”.

A reportagem não conseguiu contato com o professor e candidato pelo PSTU, Antônio Guillen.

“Crápula”
Rival de Rollemberg durante quase toda a gestão, o vice-governador Renato Santana (PSD) não mediu palavras para falar sobre o “zero um”.

“Parece-me que o ‘senhor da moralidade’ mais uma vez tenta se viabilizar atacando os veículos de comunicação e seus servidores, em detrimento da apuração de fatos gravíssimos e indícios de corrupção no coração do governo. Típico de um governador fake”, criticou o vice-governador. “Vergonha é o sentimento que tenho por ser vice desse crápula.”

Apurações
A Operação (12:26) mobilizou 54 policiais e 12 delegados. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Brasília e São Paulo. As equipes estiveram na sede do Palácio do Buriti para recolher documentos e mídias que pudessem ajudar na investigação.

Os mandados tinham seis alvos principais: o então assessor especial da Casa Civil Marcello Nóbrega; o administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann; Leonardo Rocha de Almeida Abreu (irmão de Guilherme, chefe de gabinete da Casa Civil); Luiz Fernando Messina, ex-assessor do deputado distrital Rodrigo Delmasso; e Hermano Gonçalves de Souza Carvalho, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico da gestão de Agnelo Queiroz e também ex-assessor de Delmasso.

Outro que esteve na mira da operação de busca e apreensão foi Marcelo Carvalho de Oliveira, ex-executivo do Grupo Paulo Octávio.

O outro lado
No mesmo dia em que a Operação (12:26) foi deflagrada, o GDF emitiu nota para esclarecer pontos específicos divulgados até então pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. No documento, o governo nega as acusações feitas pelos investigadores sobre a existência da prática de advocacia administrativa e tráfico de influência.

Fonte: Metropolis

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Lide Brasilia recebe Diretor-Presidente da Neoenergia Brasília e Ceo da empresa no País

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O diretor-presidente da Neoenergia Brasília, Frederico Candian, anunciou investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão até 2028 na capital. Com estes novos aportes, somados aos R$ 800 milhões aportados nos três primeiros anos de concessão, o valor aplicado no sistema de energia elétrica do DF chegará à marca de R$ 2,2 bilhões.

A notícia foi dada nesta terça-feira (16), durante almoço-debate do Lide Brasília, realizado no Royal Tulip Brasília Alvorada. Além de Candian, também estiveram na palestra o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, e executivos da empresa.

Em sua apresentação dos convidados, o presidente do Lide Brasília, Paulo Octávio, relembrou a história da Brasília entre o final dos anos 1950 e os anos 1960. “Na construção da cidade, não havia energia, apenas geradores e improvisações. Fico imaginando o que os candangos passaram naquele período de mil dias”, destacou, acrescentando que apenas em 1968 foi inaugurada a Companhia Energética de Brasília (CEB), que geriu por 52 anos o fornecimento de energia da cidade.

Paulo Octávio também destacou que a privatização no setor de energia veio no momento certo. “A Neoenergia pagou R$ 2,5 bilhões para comprar CEB Distribuição e tem procurado investir nas cidades. Esse encontro do Lide é impactante, pelo compromisso da Neoenergia em investir mais nas cidades”, afirmou. “Brasília está em crescimento. Além disso, cidades novas estão surgindo e nós somos a capital que mais cresce no Brasil. A Neoenergia tem um compromisso de acompanhar esse crescimento, porque sem energia não se constrói absolutamente nada”, destacou.

O presidente do Lide Brasília também lembrou que a CEB foi mantida, mas com um novo direcionamento: cuidar mais da iluminação pública. “A CEB, sob a presidência do Edison Garcia, vai bem. Conseguiu um lucro de R$ 200 milhões no ano passado. Hoje, temos duas empresas saudáveis: a Neonergia, empresa mundial, com capacidade de investimento e que quer investir em Brasília, e a CEB, responsável pela iluminação pública da cidade, e que está prestando um belíssimo trabalho e sendo lucrativa”, avaliou.

Antes da palestra de Frederico Candian, o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, fez uma linha do tempo e
uma análise da atuação da empresa no Brasil. Controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, ela atua há 26 anos no País, a partir de investimentos em distribuição de energia elétrica na Bahia e no Rio Grande do Norte. “Somos o primeiro operador elétrico europeu e o segundo mundial. Conseguimos aproveitar todo esse conhecimento obtido no mundo e trazer para o Brasil. Nos últimos três anos, estamos em toda a cadeia de energia, inclusive na renovável”, detalhando a operação nas diferentes regiões do Brasil. Hoj, a empresa atende mais de 45 milhões de clientes em todo o País.

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Em seu balanço aos empresários, o diretor-presidente da Neoenergia Brasília, Frederico Candian, revelou, além dos investimentos, que a empresa já regularizou a ligação de energia para 37 mil famílias nos três primeiros anos de operação na capital. A empresa pretende estender o benefício a outros 40 mil lares no DF, nos próximos cinco anos.

“Levamos cidadania, desenvolvimento socioeconômico e uma rede mais segura e com qualidade para essas famílias”, observou, acrescentando ainda o foco na geração de emprego e renda, com a formação de novas turmas da escola de eletricistas, que tem levado equidade de gênero e empoderamento feminino em um segmento antes dominado pelos homens.

Segundo o executivo, o almoço-debate do Lide Brasília fez uma ponte com o setor produtivo do Distrito Federal. “Por isso, falamos dos avanços da Neonergia na capital, além de anunciar investimentos, melhorias e compromissos com a população para os próximos anos”, definiu. Frederico Candian destacou que o maior beneficado será o consumidor.

“Nosso investimento está diretamente ligado à ampliação do fornecimento de energia elétrica, à modernização para melhoria da qualidade de energia para a população, à infraestrutura do sistema elétrico e à regularização”, enfatizou. “Sabemos da necessidade do Distrito Federal e o nosso compromisso é continuar investindo em modernização e em digitalização da rede, para melhorar a qualidade de energia para a população do DF até 2028”, acrescentou.

O diretor-presidente da Neoenergia Brasília disse ainda que a empresa se alinhou completamente com a necessidade do consumidor do DF. “Já melhoramos o tempo do atendimento ao consumidor em 24% e também a quantidade de interrupções, que foram reduzidas em 33%”, relatou.

Presente ao encontro, o governador Ibaneis Rocha foi chamado por Paulo Octávio ao palco e fez um balanço da atuação da empresa e do processo de privatização. “Nós temos que ressaltar o presidente Edison Garcia, da CEB, que fez um belíssimo trabalho na privatização. Ultrapassamos todas as fases, junto ao Tribunal de Contas, e o leilão foi um sucesso. Tanto que arrecadamos quase que o dobro do valor que tinha sido avaliado inicialmente”, relembrou.

“E demos muita sorte também na empresa que venceu. A Neonenergia vem fazendo um investimento que já chega perto de R$ 1 bilhão nas redes de energia do Distrito Federal. As melhorias estão acontecendo a todo momento”, destacou o governador.

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Para Ibaneis Rocha, a Neoenergia ampliou o atendimento a todas as classes, em especial às mais carentes. “A gente tem de agradecer por este atendimento social. E continuamos cobrando, enquanto governo, para que a gente possa chegar, dentro de poucos anos, a um nível de eficiência que a cidade merece”, completou.

“Nós estamos na capital da República e merecemos uma energia de qualidade. Graças a Deus, mesmo com os problemas este ano, mesmo com as chuvas que tivemos, um período muito longo e muito forte. Tivemos menos problemas que nos anos anteriores, graças a esse investimento que vem sendo feito pela empresa. É continuar acompanhando, cobrando esses investimentos para que Brasília tenha essa energia de qualidade que a gente merece”, completou.

Entre as autoridades presentes estiveram a vice-governadora Celina Leão; os secretários José Humberto (Governo), Giselle Ferreira (Mulher), Cristiano Araújo (Turismo), Marcelo Vaz (Habitação), Ney Ferraz (Economia), Rodrigo Delmasso (Família e Juventude), Walter Casimiro (Obras), Thales Mendes Ferreira (Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda), Zeno Gonçalves (Tranporte e Mobilidade), Weligton Moraes (Comunicação) e José Eduardo Pereira Filho (consórcio Brasil Central); os deputados distritais Chico Vigilante (PT), Pastor Daniel de Castro (PP), Eduardo Pedrosa (União Brasil), Robério Negreiros (PSD) e Thiago Manzoni (PL); os federais Fernando Monteiro (PP-PE), Rafael Prudente (MDB-DF), Gilvam Máximo (Republicanos-DF), Reginaldo Veras (PV-DF) Antonio Brito (PSD-BA) e Ismael Alexandrino (PSD-GO); e os senadores Izalci (PL-DF), Eduardo Gomes (PL-TO) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), além de representantes de diversas entidades empresariais.

Sobre o Lide
Fundado em junho de 2003, o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais é uma organização de caráter privado, que reúne empresários em nove países e quatro continentes. Atualmente tem 1.300 empresas filiadas (com as unidades nacionais e internacionais), que representam 49% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil e no exterior, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.

Fonte: Ascom Paulo Octavio

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