O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não se entregou à Polícia Federal (PF), em Curitiba, no horário determinado pelo juiz federal Luiz Antonio Bonat da 13ª Vara Federal do município na última quinta-feira, 16. O prazo estipulado era até esta sexta-feira, 17, as 16 horas (horário de Brasília) e, até a publicação desta reportagem, Dirceu não havia chegado à Superintendência da PF.
Procurado pela reportagem de VEJA, o advogado do ex-ministro petista afirmou que não pode comentar o assunto. O petista saiu de carro de sua casa em Brasília a caminho de Curitiba e ainda não se sabe o horário que ele vai chegar. Dirceu vai cumprir pena de oito anos e dez meses de prisão a que foi condenado em segunda instância em uma ação da Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
A denúncia que levou José Dirceu de volta à cadeia mostra que executivos da empresa Apolo Tubulars, interessados em celebrar contratos com a Petrobras, solicitaram a intervenção de um operador junto a Renato Duque, ex-diretor da Área de Serviços da estatal, para que a empresa fosse beneficiada.
De acordo com a denúncia dos procuradores da Lava Jato, Duque possibilitou a contratação da empresa mediante pagamento de propinas no valor de mais de 7 milhões de reais. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), 30% dos valores recebidos pelo operador foram transferidos ao ex-ministro, por meio de um contrato com uma construtora e despesas com uso de aeronaves executivas.
Habeas corpus
Até junho de 2018, José Dirceu estava preso cumprindo a pena de trinta anos e nove meses de prisão a que foi condenado em primeira e segunda instância em outro processo da Lava Jato. O ex-ministro estava detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde ficou pouco mais de um mês. Ele foi solto graças a uma decisão da Segunda Turma do STF, com votos dos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
Nesta ação, a primeira a lhe render uma condenação na Lava Jato, Dirceu foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa. Ele foi considerado culpado de receber 15 milhões de reais em propina sobre contratos da Diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Duque.
Fonte: Revista Veja
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