Após a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, milhares de manifestantes ocuparam a Praça da República, no centro de São Paulo, para ouvir o discurso do ex-presidente. O petista chegou ao local pouco antes das 19h desta quarta-feira (24/1), cercado de correligionários e apoiadores de partidos de esquerda.
Segundo a organização do evento, cerca de 50 mil manifestantes concentraram-se na Praça da República. Às 20h10, Lula começou a discursar: “Eu nunca tive nenhuma ilusão com a decisão do tribunal, com o comportamento dos juízes na questão da Lava Jato, porque houve um pacto entre o Poder Judiciário e a imprensa, e resolveram que era hora de acabar com o PT”.
O petista disse ainda que a elite não aceitou o governo do PT, o qual popularizou a educação para as camadas menos favorecidas da população e promoveu ascensão social das classes D e E.
Lula disse ainda que o discurso na noite desta quarta não se tratava de “um ato de eleição, mas um ato em defesa da soberania nacional”, e fez uma projeção catastrófica para a população: “Tudo tende a piorar quando eles consagrarem a reforma da Previdência”.
“Me deem o apartamento, porra!”
O ex-presidente ainda ironizou a condenação na Justiça Federal.
Segundo Lula, “tudo o que estão fazendo é para evitar que eu seja candidato, mas tudo isso me deu uma ‘coceirinha’. Agora estou com vontade de ser candidato à Presidência da República”.
No fim do discurso, por volta das 20h30, ao lembrar que na segunda-feira (29) viajará à África, o ex-presidente disse: “queria mandar um recado à elite: nós vamos voltar”. Em seguida, os manifestantes saíram em marcha, rumo à Avenida Paulista.
Condenação
À tarde, a 8ª Turma do TRF-4 decidiu, por unanimidade, manter a condenação do ex-presidente pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, estipulada em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, no caso do triplex do Guarujá (SP).
Antes de Lula se pronunciar, discursaram petistas como a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, o senador Lindbergh Farias, o ex-chanceler Celso Amorim e o ex-senador Eduardo Suplicy. Todos confirmaram Lula como o pré-candidato do PT à Presidência da República este ano – seguindo orientação partidária – e reafirmaram que não há provas para a condenação do correligionário.
Apoiadores de outros partidos de esquerda, como PCO, PSol e PCdoB, falaram em “rasgar” a sentença contra Lula.
Antes dos discursos, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) distribuía bonés, camisetas e bandeiras aos manifestantes que chegavam ao local.
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