O relógio marcava poucos minutos depois das 10h quando as primeiras filas de gente já subiam as escadas das arquibancadas do Autódromo Internacional de Brasília. O segundo dia do GP BRB começou com cheiro de protetor solar, ronco dos motores no Warm Up da competição e o eco da noite anterior, em que o Flamengo conquistou o tetracampeonato da Libertadores em Lima, no Peru.
Entre os que subiram as escadas ainda pela manhã estava Alex Farias, consultor de seguros e torcedor que transformou o domingo em festa prolongada. Veio com amigos e com uma missão clara: continuar a comemoração, só que diante da pista. “Tetra campeão, Flamengo daquele jeito, quatro títulos… e agora estou aqui comemorando assistindo Stock Car”, disse. “Já tinha vindo aqui há dez anos. Agora voltou, e estou satisfeito demais”.
Um pouco mais à frente, o autônomo Arubiran Alves de Nascimento parecia viver a mesma dobradinha. Ele assistiu ao treino no sábado à tarde, correu para ver o Flamengo marcar história à noite e voltou neste domingo como quem não quer deixar a energia baixar. “Ontem assisti treino, assisti Flamengo tetracampeão e hoje tô aqui de novo… só alegria”, comemorava. “O traçado impressiona. Há 11 anos parado… agora Brasília tem isso de volta”.
Para o militar Daniel Costa Nobre Dantas, o retorno carregou combustível afetivo. Ele voltou ao autódromo no mesmo lugar onde esteve quando criança e descreveu a cena como quem retoma um capítulo da própria vida: “Eu vinha com minha mãe e meu irmão. Hoje estou feliz demais de voltar. Nostalgia pura. Flamengo tetra, Stock Car… muitas lembranças e muita expectativa”.
Primeira vez em um autódromo
No mesmo setor, mas com outro olhar, as estreantes viviam a primeira experiência de arquibancada. A servidora Iasmin Costa Lacerda nunca havia pisado em um autódromo antes. “Estou adorando, é uma emoção ver os carros aqui”, afirmou. Acesso tranquilo, água gelada, até protetor solar. Tudo maravilhoso”.
A tradutora Sabrina Torres também estava entre os estreantes. Para ela, o retorno da pista não abrange somente as corridas, mas também a agenda cultural: “É o primeiro autódromo em que entro na vida. Comecei a acompanhar agora. Acho que isso chama a atenção para Brasília. Quanto mais eventos, melhor: corrida, show, música. Se tiver, eu estarei aqui”.
Na entrada, a aposentada Raimunda Farias contou que sempre quis ir a um autódromo. “Esta é a primeira vez”, comemorou. “Eu gostava de Fórmula 1 no tempo do Ayrton Senna. Aqui é muita emoção, ronco alto. Pretendo voltar outras vezes”.
Economia aquecida