BRASÍLIA
O acordo de Sandra Faraj e a milionária Paula Belmonte
PAULA BELMONTE E LUIZ FELIPE: O VOTO A PESO DE OURO
Por Mino Pedrosa
A galinha dos ovos de ouro, fonte de votos nas eleições de 2018 do Distrito Federal desembarcou na chapa do candidato a principal cadeira do Palácio do Buriti, Rogério Rosso (PSD-DF).
Paula Belmonte (PPS-DF), escolheu disputar uma cadeira na Câmara Federal decidida a emplacar “a todo custo”. Mulher do advogado Luiz Felipe Belmonte, premiado com uma bilionária ação no estado de Rondônia é considerada a galinha dos ovos de ouro de vários candidatos que disputam para Câmara Distrital, Senado Federal e até governo do Distrito Federal.
O advogado e marido de Paula Belmonte defende uma ação bilionária em favor dos sete mil trabalhadores em Educação, do ex-Território de Rondônia. O processo de precatórios que tramita em segredo de justiça coroou o advogado na maior ação de recebimento de precatórios reconhecida pelo judiciário. A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, diz que R$ 358 milhões de reais foram sacados e pagos como honorários advocatícios.
Desconhecida pelo eleitorado na Capital da República, a candidata Paula Belmonte se aproximou da distrital evangélica Sandra Faraj (PR-DF) e trocou apoio a peso de ouro usando todo o seu potencial avalizado pelo milionário marido. A distrital não foi a única, outros candidatos com elevado potencial de votos também caíram no conto da galinha dos ovos de ouro.
A Loira vistosa, com um discurso de renovação, esconde o apoio de candidatos da velha política que ainda dominam currais eleitorais e aceitam a troca de apoio a peso de ouro. A nova legislação eleitoral engessa velhos costumes que só as velhas raposas viciadas no toma lá, da cá, conseguem burlar a lei.
A bolsa Louis Vuitton enfeitando a bancada na rádio Atividade faz o famoso radialista e dono da rádio atividade, o ex-deputado federal, Wigberto Tartuce “O vigão” sorrir quando libera por cerca de 30 minutos diários a candidata inexpressiva buscando notoriedade por meio dos programas: Brasil Sertanejo, Domingão do Wigão, Festa Atividade, Manhã atividade, Junto e Misturado e Clássico Sertanejo, todos repetidas vezes. O custo do tempo de exposição em horário com pico de audiência custa pela tabela da rádio cerca de 30 mil reais por exposição. O que acontece na Rádio Atividade é que Wigão, o dono da rádio se contenta com a bolsa Louis Vuitton enfeitando a bancada e o estúdio na rádio. Vale a pena ficar atento à prestação de contas da candidata junto ao TRE para confirmar se a tabela da rádio vem sendo cumprida.
O sapato scarpin abaixo da bancada acomoda os pés que não pisam nos grotões que mais sofrem com o descaso dos políticos. Mas, os transmissores da rádio faz a voz da candidata ecoar, chancelando o trabalho dos cabos eleitorais de luxo contratados a peso de ouro. O tempo curto da campanha eleitoral faz diferença à aqueles que cacifam mais alto os cabos eleitorais de luxo que exploram as necessidades e a esperança do eleitorado carente. Paula Belmonte não esconde o poder de trocar o voto a peso de ouro, o que importa é o mandato que soma dinheiro e poder. Também cooptou lideranças no segmento evangélico ao alto custo.
Luiz Felipe Belmonte, o marido milionário, se coloca como suplente em uma candidatura quase líquida e certa. Selando o desejo de exercer mesmo que por pouco tempo um mandato no Senado Federal. A estrutura eleitoral de Paula Belmonte camuflada aos olhos da fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), faz com que a candidata aplique o falso discurso moralista de rechaçar os métodos praticados pela velha política.
Nos comitês por onde a galinha dos ovos de ouro passa é recebida com tapete vermelho pelos apoiadores de ultima hora.
Fonte: Mino Pedrosa
BRASÍLIA
No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF
No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, voltou a criticar o governo federal durante o Fórum Brasil | Transição Energética, realizado pelo Lide Brasil e Lide Brasília, no Brasília Palace Hotel. Com o tema “Transição energética e desenvolvimento urbano”, o evento reuniu políticos e empresários na manhã desta quarta-feira (4).
Retomando as críticas feitas na terça-feira (3), durante a 4ª Reunião de Governança Codese-GDF, Ibaneis Rocha preferiu abordar a possibilidade de redução no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), no bojo do pacote de cortes nos gastos, anunciado semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Saiu da cabeça de alguém pouco iluminado do governo federal a ideia de atrapalhar o DF mais uma vez. Há um ano e três meses, com o apoio da classe política e empresarial, com o Paulo (Octávio) nos ajudando, nós vencemos essa batalha no Senado, porque havíamos perdido na Câmara, e conseguimos manter a correção do FCDF, na forma originária”, lembrou. “Aquela medida legislativa deu a verdadeira independência do DF, que vivia, até aquele momento, de favores do governo federal. E o que busca hoje este mal iluminado à frente do governo federal? Simplesmente retroceder e colocar novamente, não os governos, mas a população do Distrito Federal a serviço do governo federal. Eles não conseguem admitir que a capital da República não seja submissa a eles”, completou.
Ibaneis reclamou da medida impositiva do governo Lula. “Não houve diálogo nem com a bancada deles aqui. É uma medida absurda do ponto de vista legal, financeiro e conceitual. A comparação feita, pelo ministro Fernando Haddad e por alguns da equipe econômica, com os fundos de desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia e do Centro-Oeste destoa totalmente da finalidade do FCDF. Os primeiros são para desenvolvimento e investimento para que estas regiões mais carentes possam ter sustentabilidade e uma economia que gera emprego e renda. Já o FCDF é um fundo de custeio para as forças de segurança, a saúde e a educação da capital. Essa característica é que traz a necessidade de manutenção da sua forma de correção”, afirmou, apontando o risco de achatamento destas categorias e elogiando a posição tomada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que defendeu a manutenção das regras do FCDF.
As críticas do governador encontraram eco junto aos outros participantes da solenidade de abertura do Fórum Brasil. O decano do Supremo Tribunal federal (STF), ministro Gilmar Mendes, reforçou o papel de Brasília e do Fundo Constitucional do DF.
“Em apoio às palavras do governador Ibaneis que é preciso entender o papel de Brasília no contexto geral. E foi neste cenário que se pensou, no governo Fernando Henrique Cardoso, no Fundo Constitucional, para estruturar Brasília de maneira adequada, tanto com responsabilidade fiscal. Brasília podia se tornar um centro de criminalidade, infelizmente, e por isso era ter condições de desenvolvimento”, rememorou
O ministro destacou ainda os desafios sociais enfrentados pela capital, como o Sol Nascente, maior favela do Brasil. “Não é um título que a gente queira ter. É preciso que os fundos sejam bem aplicados e que haja atenção em relação a esta temática. Brasília é importante para o desenvolvimento nacional, desde o projeto de Juscelino Kubitschek. O País ainda não percebeu o estadista grandioso que ele foi”, completou.
Para Paulo Octávio, presidente do lide Brasília e co-anfitrião do encontro, a alteração causa insegurança jurídica. “Na época, como deputado e depois senador, ajudei a fazer o Fundo, no governo Fernando Henrique Cardoso. O último ato dele como presidente da República, em dezembro de 2002, foi sancionar a criação do Fundo, que foi apoiado por todos os parlamentares, da Câmara, do Senado. O FCDF veio beneficiar uma cidade que nasceu para ser a capital da República e, de repente, querem mudar a forma dos reajustes, como está acontecendo agora. Isso aconteceu ano passado, nós conseguimos ganhar no Congresso, e a gente conseguiu reverter a situação. E agora, de repente, vem nesse pacote uma nova ameaça”, destacou.
“Como o governador Ibaneis colocou bem, é um prejuízo que vai aumentar a cada ano. Começa com prejuízo de R$ 1 bilhão, depois vai aumentando, porque a forma do reajuste será diferenciada e, logicamente, teremos menos recursos. É muito grave para uma cidade de crescimento, que não tem indústrias, que nasceu para ser a sede das embaixadas, da Justiça do nosso País e do governo. Brasília não pode ser comparada com outras capitais. Ela é diferenciada desde a sua criação. Nós temos que respeitar e parar de mudar as leis de acordo com o governante que está no momento”, disse.
O empresário confia que Congresso vai encarar com seriedade o assunto. “O partido a que pertenço, o PSD, já deu o total apoio para a não aprovação dessa mudança. Eu tenho certeza que os outros partidos também vão fazer o mesmo. É uma questão muito séria e não pode ser tratada da forma como vem sendo”, disse. Ele avaliou ainda que o ajuste nas contas públicas não precisa prejudicar a cidade.
“Brasília, dentro do panorama da redução de gastos de R$ 70 bilhões, é muito pequena. Não é prejudicando uma cidade que você vai fazer esse ajuste. Eu acho que a economia tem que vir de outras áreas, onde se gasta mais. Acho que o governo tem a sua equipe econômica para analisar e há forma de reduzir. Os orçamentos de alguns ministérios são imensos, então acho que se pode fazer um ajuste fiscal sem prejudicar uma cidade. É essa contrariedade que levamos ao governo federa. Não é justo mexer com uma cidade, com um projeto que já está aprovado, que é constitucional, que foi já discutido há tanto tempo. Não devemos atrapalhar uma coisa que funciona bem”, concluiu
Avanços e desafios na transição energética
Tema principal dos debates, os avanços e desafios da transição energética no Brasil foram foco de dois painéis. A energia limpa, especialmente a solar e a eólica, foram o foco das soluções para transformar o Brasil em um líder global. Para o ministro Gilmar Mendes, do STF, a importância da energia limpa é clara especialmente a solar e a hidrelétrica. Ele também alertou para os riscos das mudanças climáticas, citando que enchentes e secas são sinais de que políticas ambientais são urgentes.
Anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), o governador do Pará, Helder Barbalho, abordou o mercado de créditos de carbono. No estado, já foram certificadas 300 milhões de toneladas de carbono, com 12 milhões comercializadas por cerca de R$ 1 bilhão. “Esse mercado representa uma nova economia para o Pará, beneficiando comunidades e incentivando práticas sustentáveis”, disse o governador, que atribuiu o resultado à redução do desmatamento.
Ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates falou dos na transição energética no Brasil. Apesar do potencial do País nos campos de energia eólica e solar, é preciso um planejamento regional que pode gerar tensões. “Cada região precisará resolver suas demandas energéticas de forma local, o que pode gerar conflitos, especialmente em um país com matrizes tão diversas”, afirmou. Ele também cobrou uma estratégia clara para que o Brasil use sua posição privilegiada de forma eficaz.
O economista Roberto Giannetti, head do Lide Infraestrutura, falou do avanço das tecnologias de hidrogênio verde e baterias estáticas, que serão braços essenciais na transição energética. “O hidrogênio verde será fundamental para setores como a mobilidade urbana e a indústria. E as baterias estáticas resolverão problemas de intermitência na geração de energia renovável, como solar e eólica”, disse.
Paulo Octávio falou do crescimento da energia solar na capital federal. Atualmente, 20% dos empreendimentos em Brasília utilizam energia solar. E em seus próprios empreendimentos a energia é 100% solar. “A energia solar é uma fonte limpa, econômica e sustentável, que oferece redução de até 20% nos custos para os consumidores”, afirmou.
Ele também defendeu o planejamento antes da criação de bairros, para melhorar a vida dos cidadãos e apoiar a transição energética. “As cidades crescem no Brasil, muitas vezes, de forma desordenada. Discutir o planejamento futuro de como o cidadão vai viver melhor nas cidades é um grande tema. Acho que todos os prefeitos têm que participar. Porque o urbanismo é uma questão social e de qualidade de vida das pessoas”, destacou.
“Nós vivemos em uma cidade que foi planejada, talvez com a melhor qualidade de vida do mundo. O projeto inicial foi respeitado, a cidade foi tombada e continua sendo preservada por todos os governos que por aqui passam. O que está em jogo é o homem e a qualidade das pessoas. Eu defendo, inclusive, que as cidades sejam planejadas. Não adianta construir cidades espalhadas porque depois o governo não tem condições de levar a infraestrutura”, concluiu.
Fonte: Ascom Paulo Octávio
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