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Proposta de deputado distrital ameaça o concurso para auditor fiscal

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A proposta, apresentada pelo deputado Chico Vigilante (PT), oficializa a categoria de gestão fazendária e deve ser votada nesta terça-feira


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“Este é um projeto de valorização da carreira, de reconhecimento. Não tem aumento salarial, não tem mudanças de cargos, apenas deixará claro quem é que faz aquele serviço” Chico Vigilante, deputado e autor da proposta(foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Proposta de emenda à Lei Orgânica do Distrito Federal apresentada pelo deputado Chico Vigilante (PT) tem dividido opiniões, gerado polêmica e pode causar, segundo a Secretaria de Estado de Fazenda, até o cancelamento do concurso autorizado para auditores fiscais. A medida, que está prevista para ser votada amanhã no plenário da Câmara Legislativa (CLDF), oficializa a categoria de gestão fazendária e a coloca no quadro da administração tributária, atualmente restrita a auditores. Ambas as carreiras são lotadas na Secretaria de Fazenda.

O secretário de Fazenda, Wilson de Paula, tece críticas severas ao documento e afirma que a alteração faria com que o certame para auditores fiscais fosse suspenso. “Teremos de cancelar o concurso se a proposta for aprovada porque ele seria exatamente para selecionar pessoas para exercer essas funções. Seria uma situação muito complicada”, observa. “É preciso prestar concurso e tomar posse no cargo para o qual você concorreu em vez de ser colocado na função depois”, defende. Já autorizado, o certame, bastante esperado por concurseiros, está em fase de escolha da banca.

“Seria um colapso. A secretaria teria de parar. Os servidores da carreira da gestão fazendária exercem atividades importantes de apoio em toda a pasta, incluindo subsecretarias, e teriam de ser levados para a área de auditoria tributária” Wilson de Paula, secretário de Fazenda
A previsão era de que o contrato com a empresa organizadora fosse assinado até junho; assim, o edital sairia até outubro. O processo seletivo seria para oferecer 120 vagas (40 imediatas e 80 para formação de cadastro de reserva) com salário inicial de cerca de R$ 16 mil. O cargo exige formação de nível superior em qualquer área. Segundo Wilson de Paula, a aprovação ainda mexeria com a estrutura de cargos da pasta e deixaria diversas posições vagas, enquanto outras, sobretudo o trabalho executado por auditores hoje, teriam quantidade excessiva de pessoal.

Confusão de atribuições

“Seria um colapso. A secretaria teria de parar. Os servidores da carreira da gestão fazendária exercem atividades importantes de apoio em toda a pasta, incluindo subsecretarias, e teriam de ser levados para a área de auditoria tributária”, afirma. Segundo o secretário, esses funcionários seriam colocados em posição em que já existem equipes de auditores fiscais com “qualificação e preparação” para as tarefas. A questão econômica é outro problema apontado pelo secretário. Com as alterações, servidores de gestão fazendária poderiam requerer equiparação salarial com auditores. Hoje, segundo a pasta, o vencimento inicial de um auditor é de cerca de R$ 16 mil, enquanto o teto de funcionários de gestão fazendária chega a R$ 8,4 mil.

Discordâncias sindicais

Presidente do Sindicato da Carreira Gestão Fazendária do Distrito Federal (Sindifaz/DF), Helvécio Santana rebate a acusação e afirma que a aprovação da proposta não traria mudanças estruturais. “Nada muda, a priori, com relação à aprovação. Estaremos nos mesmos locais, com os mesmos cargos, com os mesmos salários. A estrutura da secretaria permanecerá a mesma”, comenta ele, cuja instituição representa analistas, técnicos e agentes de gestão fazendária do DF. Santana ressalta que a grande alteração seria o reconhecimento de um trabalho que, segundo ele, atualmente é exercido também por funcionários de gestão fazendária.
“Essa proposta de emenda sugere a entrada formal dos servidores da nossa carreira na administração tributária, porque somos um grupo que desenvolve atividades na administração tributária há mais de 25 anos e não figura na Lei Orgânica como agente de arrecadação. Isso vem para corrigir essa discrepância”, explica. A mudança na legislação, na visão de Santana, se justifica por uma inconsonância entre a Lei Orgânica do DF e a Constituição Federal. “A Constituição não determina quais as carreiras, muito menos quais os cargos que devem cuidar da administração tributária. Existe uma discrepância, já que, aqui no DF, há essa restrição para os auditores na Lei Orgânica. A alteração corrigiria isso”, diz.

Números

532
Quantidade de funcionários de gestão fazendária ativos
433
Quantidade de auditores fiscais ativos
 
Fonte: Secretaria de Fazenda do DF
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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, voltou a criticar o governo federal durante o Fórum Brasil | Transição Energética, realizado pelo Lide Brasil e Lide Brasília, no Brasília Palace Hotel. Com o tema “Transição energética e desenvolvimento urbano”, o evento reuniu políticos e empresários na manhã desta quarta-feira (4).

Retomando as críticas feitas na terça-feira (3), durante a 4ª Reunião de Governança Codese-GDF, Ibaneis Rocha preferiu abordar a possibilidade de redução no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), no bojo do pacote de cortes nos gastos, anunciado semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Saiu da cabeça de alguém pouco iluminado do governo federal a ideia de atrapalhar o DF mais uma vez. Há um ano e três meses, com o apoio da classe política e empresarial, com o Paulo (Octávio) nos ajudando, nós vencemos essa batalha no Senado, porque havíamos perdido na Câmara, e conseguimos manter a correção do FCDF, na forma originária”, lembrou. “Aquela medida legislativa deu a verdadeira independência do DF, que vivia, até aquele momento, de favores do governo federal. E o que busca hoje este mal iluminado à frente do governo federal? Simplesmente retroceder e colocar novamente, não os governos, mas a população do Distrito Federal a serviço do governo federal. Eles não conseguem admitir que a capital da República não seja submissa a eles”, completou.

Ibaneis reclamou da medida impositiva do governo Lula. “Não houve diálogo nem com a bancada deles aqui. É uma medida absurda do ponto de vista legal, financeiro e conceitual. A comparação feita, pelo ministro Fernando Haddad e por alguns da equipe econômica, com os fundos de desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia e do Centro-Oeste destoa totalmente da finalidade do FCDF. Os primeiros são para desenvolvimento e investimento para que estas regiões mais carentes possam ter sustentabilidade e uma economia que gera emprego e renda. Já o FCDF é um fundo de custeio para as forças de segurança, a saúde e a educação da capital. Essa característica é que traz a necessidade de manutenção da sua forma de correção”, afirmou, apontando o risco de achatamento destas categorias e elogiando a posição tomada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que defendeu a manutenção das regras do FCDF.

As críticas do governador encontraram eco junto aos outros participantes da solenidade de abertura do Fórum Brasil. O decano do Supremo Tribunal federal (STF), ministro Gilmar Mendes, reforçou o papel de Brasília e do Fundo Constitucional do DF.

“Em apoio às palavras do governador Ibaneis que é preciso entender o papel de Brasília no contexto geral. E foi neste cenário que se pensou, no governo Fernando Henrique Cardoso, no Fundo Constitucional, para estruturar Brasília de maneira adequada, tanto com responsabilidade fiscal. Brasília podia se tornar um centro de criminalidade, infelizmente, e por isso era ter condições de desenvolvimento”, rememorou

O ministro destacou ainda os desafios sociais enfrentados pela capital, como o Sol Nascente, maior favela do Brasil. “Não é um título que a gente queira ter. É preciso que os fundos sejam bem aplicados e que haja atenção em relação a esta temática. Brasília é importante para o desenvolvimento nacional, desde o projeto de Juscelino Kubitschek. O País ainda não percebeu o estadista grandioso que ele foi”, completou.

Para Paulo Octávio, presidente do lide Brasília e co-anfitrião do encontro, a alteração causa insegurança jurídica. “Na época, como deputado e depois senador, ajudei a fazer o Fundo, no governo Fernando Henrique Cardoso. O último ato dele como presidente da República, em dezembro de 2002, foi sancionar a criação do Fundo, que foi apoiado por todos os parlamentares, da Câmara, do Senado. O FCDF veio beneficiar uma cidade que nasceu para ser a capital da República e, de repente, querem mudar a forma dos reajustes, como está acontecendo agora. Isso aconteceu ano passado, nós conseguimos ganhar no Congresso, e a gente conseguiu reverter a situação. E agora, de repente, vem nesse pacote uma nova ameaça”, destacou.

“Como o governador Ibaneis colocou bem, é um prejuízo que vai aumentar a cada ano. Começa com prejuízo de R$ 1 bilhão, depois vai aumentando, porque a forma do reajuste será diferenciada e, logicamente, teremos menos recursos. É muito grave para uma cidade de crescimento, que não tem indústrias, que nasceu para ser a sede das embaixadas, da Justiça do nosso País e do governo. Brasília não pode ser comparada com outras capitais. Ela é diferenciada desde a sua criação. Nós temos que respeitar e parar de mudar as leis de acordo com o governante que está no momento”, disse.

O empresário confia que Congresso vai encarar com seriedade o assunto. “O partido a que pertenço, o PSD, já deu o total apoio para a não aprovação dessa mudança. Eu tenho certeza que os outros partidos também vão fazer o mesmo. É uma questão muito séria e não pode ser tratada da forma como vem sendo”, disse. Ele avaliou ainda que o ajuste nas contas públicas não precisa prejudicar a cidade.

“Brasília, dentro do panorama da redução de gastos de R$ 70 bilhões, é muito pequena. Não é prejudicando uma cidade que você vai fazer esse ajuste. Eu acho que a economia tem que vir de outras áreas, onde se gasta mais. Acho que o governo tem a sua equipe econômica para analisar e há forma de reduzir. Os orçamentos de alguns ministérios são imensos, então acho que se pode fazer um ajuste fiscal sem prejudicar uma cidade. É essa contrariedade que levamos ao governo federa. Não é justo mexer com uma cidade, com um projeto que já está aprovado, que é constitucional, que foi já discutido há tanto tempo. Não devemos atrapalhar uma coisa que funciona bem”, concluiu

Avanços e desafios na transição energética
Tema principal dos debates, os avanços e desafios da transição energética no Brasil foram foco de dois painéis. A energia limpa, especialmente a solar e a eólica, foram o foco das soluções para transformar o Brasil em um líder global. Para o ministro Gilmar Mendes, do STF, a importância da energia limpa é clara especialmente a solar e a hidrelétrica. Ele também alertou para os riscos das mudanças climáticas, citando que enchentes e secas são sinais de que políticas ambientais são urgentes.

Anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), o governador do Pará, Helder Barbalho, abordou o mercado de créditos de carbono. No estado, já foram certificadas 300 milhões de toneladas de carbono, com 12 milhões comercializadas por cerca de R$ 1 bilhão. “Esse mercado representa uma nova economia para o Pará, beneficiando comunidades e incentivando práticas sustentáveis”, disse o governador, que atribuiu o resultado à redução do desmatamento.

Ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates falou dos na transição energética no Brasil. Apesar do potencial do País nos campos de energia eólica e solar, é preciso um planejamento regional que pode gerar tensões. “Cada região precisará resolver suas demandas energéticas de forma local, o que pode gerar conflitos, especialmente em um país com matrizes tão diversas”, afirmou. Ele também cobrou uma estratégia clara para que o Brasil use sua posição privilegiada de forma eficaz.

O economista Roberto Giannetti, head do Lide Infraestrutura, falou do avanço das tecnologias de hidrogênio verde e baterias estáticas, que serão braços essenciais na transição energética. “O hidrogênio verde será fundamental para setores como a mobilidade urbana e a indústria. E as baterias estáticas resolverão problemas de intermitência na geração de energia renovável, como solar e eólica”, disse.

Paulo Octávio falou do crescimento da energia solar na capital federal. Atualmente, 20% dos empreendimentos em Brasília utilizam energia solar. E em seus próprios empreendimentos a energia é 100% solar. “A energia solar é uma fonte limpa, econômica e sustentável, que oferece redução de até 20% nos custos para os consumidores”, afirmou.

Ele também defendeu o planejamento antes da criação de bairros, para melhorar a vida dos cidadãos e apoiar a transição energética. “As cidades crescem no Brasil, muitas vezes, de forma desordenada. Discutir o planejamento futuro de como o cidadão vai viver melhor nas cidades é um grande tema. Acho que todos os prefeitos têm que participar. Porque o urbanismo é uma questão social e de qualidade de vida das pessoas”, destacou.

“Nós vivemos em uma cidade que foi planejada, talvez com a melhor qualidade de vida do mundo. O projeto inicial foi respeitado, a cidade foi tombada e continua sendo preservada por todos os governos que por aqui passam. O que está em jogo é o homem e a qualidade das pessoas. Eu defendo, inclusive, que as cidades sejam planejadas. Não adianta construir cidades espalhadas porque depois o governo não tem condições de levar a infraestrutura”, concluiu.

Fonte: Ascom Paulo Octávio

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