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Quem seguirá o legado Roriz

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O LEGADO AZUL: ATÉ AGORA NINGUÉM GOVERNOU O DF COMO RORIZ

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Aos 81 anos, o ex-governador Joaquim Roriz continua na memória popular como o político que mais fez por Brasília e pelo Distrito federal nos quatro mandatos que teve como governador do DF. O Radar saiu em busca de informações e saiba agora por que a história política de Brasília tem um antes e depois de Roriz

Com a Palavra Joaquim Roriz:

“Quando fui indicado para ser Governador do Distrito Federal pelo então Presidente José Sarney, eu tinha passado por inúmeras atividades políticas: foram quatro anos como Vereador, quatro anos como Deputado estadual, quatro anos como Deputado Federal, dois anos como Vice-Governador de Goiás e dois anos como Prefeito de Goiânia.

Em relação à responsabilidade fiscal, quando me desincompatibilizei do cargo para disputar a eleição para o Senado Federal, transmiti o Governo, com as contas totalmente em dia, com superávit de caixa e com várias obras em andamento.

Aprovei um plano de carreira para os servidores da saúde e da educação, entre outros, além de ter concedido aumento geral para todas as categorias do Governo.

A Governadora Maria de Lourdes Abadia, com rigor e com competência, sempre preocupada com a Lei de Responsabilidade Fiscal, entregou também ao Governador eleito as contas rigorosamente em dia, com um saldo de restos a pagar da ordem de R$370 milhões e com uma receita prevista para janeiro de aproximadamente R$400 milhões.

Esses fatos foram confirmados pelo então Secretário da Fazenda do Distrito Federal, do governo Arruda, Sr. Tacca Júnior, em pronunciamento na na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

São palavras do Secretário da Fazenda: “A Governadora Maria de Lourdes Abadia cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal porque deixou recursos em caixa”.

Encontrei uma cidade com uma população de 1,2 milhão de pessoas, com mais de 200 mil famílias vivendo abaixo da linha de pobreza. Senti, então, a necessidade inadiável de implementar inúmeros projetos sociais para os que passavam fome, para os desempregados e para as crianças desnutridas.

Para minimizar o sofrimento das pessoas mais humildes, criamos diversos programas sociais, que chegam hoje a 72 projetos, com um investimento de cerca de R$350 milhões.

Criamos uma das maiores redes de inclusão social do Brasil, como o Renda Minha, para os pais manterem os filhos na escola, programa que atende a 104.367 crianças, beneficiando 62.944 famílias.

Construímos sete restaurantes comunitários. São mais de 15 mil refeições por dia, 360 mil refeições por mês, cobrando-se apenas R$1,00 por refeição.

Fornecemos pão e leite, projeto que atende a 67 mil crianças, além de um bem-sucedido programa de distribuição de renda, que é o Cartão-Solidariedade, com o qual beneficiamos com meio salário mínimo 21.722 famílias que ganham, no máximo, meio salário mínimo.

Em atenção aos jovens, criamos os projetos Picasso não Pichava, Bolsa-Atleta e Esporte à Meia-Noite, que atendem a mais de dois mil jovens. Também instituímos o Bolsa-Universidade para os jovens carentes, pelo qual o Estado paga 50% do valor da mensalidade escolar.

Em favor dos idosos, criamos prontos-socorros geriátricos e promovemos atividades esportivas adequadas para a terceira idade, orientadas por profissionais especializados.

Criamos o SOS Idoso, que recebe reclamações e queixas de maus-tratos contra pessoas da terceira idade. Cerca de 1,2 mil pessoas já usaram esse serviço.

Nossa trajetória política está inegavelmente ligada aos mais humildes. É a eles que dedico minha vida pública.

Pensei também na preservação de Brasília, o que implicava ser fiel à concepção da cidade proposta por Lúcio Costa e por Oscar Niemeyer.

Foi seguindo esse caminho que construímos o Museu da República e a Biblioteca Nacional, projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, concluindo, assim, a Esplanada dos Ministérios.

Brasília é e será sempre polo de atração, sobretudo enquanto não forem melhoradas as condições de vida dos potenciais migrantes em seus locais de origem.

A migração para o Distrito Federal mantém-se em ritmo estável. Ora, vivemos em um País livre, e a Constituição garante o direito de ir e vir. Temos de respeitar esse direito inalienável dos brasileiros.

Ao mesmo tempo, a necessidade de preservar a cidade em condições próximas às de sua concepção original impõe um cuidado especial com a ocupação do espaço urbano.

Com o intuito de preservar Brasília, a Capital da República, iniciamos o processo de retirada de todas as 64 favelas da cidade, ainda no meu primeiro governo. Imaginem o problema social em Brasília, nos dias de hoje, se tal empreitada não tivesse sido realizada!

Quando eu disse que retiramos as favelas, naturalmente, estávamos pensando no futuro. Isso é preservar Brasília! Todo esse processo de retirada de favelas foi realizado sem violência.

Eu ia até às invasões, subia em caixotes e em carrocerias de caminhão e falava para as pessoas que ali elas não poderiam ficar, que iríamos promover as remoções. Não derrubei e não mandei derrubar nenhum barraco de pobre. Sou temente a Deus.

Não podíamos simplesmente remover as pessoas. Tínhamos de lhes dar um endereço, um lugar para viver, para criar seus filhos. Daí surgiu o projeto de Samambaia, primeira cidade a ser construída.

Além de Samambaia, construímos mais oito cidades – Santa Maria, Recanto das Emas, Paranoá, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Sobradinho II, Vila Roriz, Vila Buritis e São Sebastião -, para onde deslocamos essas famílias, levando, posteriormente, água potável, esgoto, escolas, postos de saúde, segurança pública, hospitais, delegacias de polícia, corpo de bombeiros, quartéis para a Polícia Militar.

Para lá, levamos também asfalto e toda a infra-estrutura necessária para lhes assegurar melhor qualidade de vida.

Promovemos, assim, uma das maiores reformas urbanas do Brasil.

Pela cidade de Samambaia, reconhecida e premiada pela Unesco, recebemos também o prêmio Metrópoles 2005 – o projeto foi premiado no 8º Congresso Mundial da Rede Metrópoles, na Alemanha, como exemplo de modelo habitacional para as classes mais humildes. Recebi o Prêmio Global Dubai pelo programa de assentamento para a população de baixa renda.

Todos sabem que minha opção é governar para os pobres. Entretanto, como Governador – governa-se para toda a sociedade -, não esqueci a classe média.

Criamos e urbanizamos a cidade de Águas Claras. Recebi uma premiação, no Rio de Janeiro, por ser essa a cidade com mais obras realizadas no Brasil, o maior canteiro de obras do Brasil, com um dos melhores projetos urbanísticos, segundo pesquisa da revista Negócio e Mercado.

Também não me esqueci da classe média alta. Criamos e urbanizamos o Setor Sudoeste, onde os apartamentos são avaliados entre R$300 mil a R$1 milhão. Deixei lançado o Setor Noroeste para as classes de maior poder aquisitivo.

Sinto-me emocionado em falar de Brasília e do Distrito Federal.

Desde 1991, o Distrito Federal é líder em qualidade de vida entre as 27 unidades da Federação. Segundo o índice de desenvolvimento medido pela ONU, em uma escala de 0 a 1, temos um índice de 0,849, o maior do Brasil.

Não esquecemos a educação, área debatida com tanta competência e com tanta dedicação pelo também ex-Governador Cristovam Buarque, para quem a educação é fundamental.

Respeito o ponto de vista de Cristovam e tenho certeza de que será um vencedor, porque luta diariamente pelo sucesso da educação. E, com isso, está melhorando Brasília e o Brasil como um todo.

Investimos pesado em educação no Distrito Federal: 98,7% das crianças de 7 a 14 anos estavam na escola quando deixei o Governo.

Investimos em saneamento básico, levando o Distrito Federal a dispor de 100% de abastecimento de água, e 100% do esgoto coletado são tratados. A média do Brasil é de 10%. A coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica atinge 98% das residências.

Despoluímos o lago Paranoá, um dos cartões postais da Capital da República, que serve de lazer para o brasiliense e para todos os brasileiros, com plena confiabilidade no tocante à qualidade da água.

Devo ressaltar a preocupação que tivemos com a preservação do meio ambiente como condição de sobrevivência para a humanidade.

Assim, criei aqui no Distrito Federal a primeira Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Brasil. Determinei a criação de quantos parques fossem necessários para a preservação da nossa fauna e flora, chegando a mais de 60 parques.

A saúde sempre foi uma prioridade em meus governos. Com a competência do deputado federal e medico Jofran Frejat, construímos o hospital do Paranoá. Iniciamos o hospital de Santa Maria. Reformamos os pronto-socorros dos hospitais do Gama, Ceilândia e Planaltina.

Reformamos grande parte do Hospital de Base e do hospital da Asa Norte. Construímos inúmeros postos de saúde e, por fim, criamos a Faculdade de Medicina do Distrito Federal.

O governante tem de pensar no futuro. Por isso, no meu segundo Governo, com a ajuda do então Presidente da República Fernando Collor de Mello, iniciei o metrô. Pergunto, qual é a grande cidade do mundo hoje que pode dar-se ao luxo de viver sem um metrô?

A nossa luta foi vitoriosa para a consumação do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Faço um agradecimento ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados por terem apoiado a criação desse Fundo Constitucional.

De igual modo, agradeço o apreço e o apoio que o Presidente Fernando Henrique Cardoso concedeu à Capital, apoiando o Fundo Constitucional e os projetos para esta unidade da federação.

Com o objetivo de imprimir transparência às ações governamentais e incentivar a sociedade a participar da formulação das políticas públicas, instalamos a Ouvidoria e a Corregedoria Geral do Distrito Federal.

Diziam que construir Corumbá IV era um projeto megalomaníaco. Agora todos percebem a importância de Corumbá IV: a garantia de água potável para uma população de trinta milhões de habitantes por um período de cem anos.

Com Corumbá IV, quem ganha também é a indústria do turismo da região, com o bonito lago que se formou com a construção da barragem, proporcionando mais empregos para a população.

Por falar em turismo, reformamos, ou melhor, reconstruímos o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que é hoje um dos maiores centros de convenções do País, com capacidade para mais de nove mil pessoas.

Construímos também, na Capital da República, a ponte JK, que foi agraciada em 2003, no XX Congresso Internacional de Pontes, patrocinado pela Associação dos Engenheiros da Pensilvânia, Estados Unidos, em associação com a revista Estradas & Pontes.

O projeto foi vencedor também do prêmio Abcom 2003 (Associação Brasileira de Construção Metálica) – Melhores Obras com Aço do Ano, na categoria pontes e viadutos.

A ponte JK foi eleita a ponte mais barata, com melhor tecnologia e a mais bela do planeta. Recebi a medalha em um auditório com mais de 1.500 engenheiros, construtores de pontes de todo o mundo.

Fiquei emocionado, pois, quando o filme sobre a ponte terminou, fui aplaudido de pé, por vários minutos. Todavia, a ponte não é só beleza.

Seu mérito principal reside em tornar mais fácil o deslocamento das pessoas, possibilitando, direta ou indiretamente, a melhoria do trânsito para cerca de 150 mil famílias, em um total de mais de 500 mil pessoas.

Construímos trinta viadutos, ou seja, complexos viários para desafogar o trânsito nas horas de pico, melhorando assim a qualidade de vida do brasiliense. Fizemos as novas pistas da L4 Norte, conhecida como Avenida das Nações, ligando a Universidade de Brasília ao Congresso Nacional.

Asfaltamos todo o Distrito Federal e recuperamos a malha viária danificada. Não tem cabimento o cidadão pagar IPVA e IPTU e andar em estradas esburacadas.

Outra opção que fiz foi pela economia local. Para prestigiar os pequenos e médios empresários e dar condições para que os empresários viessem para Brasília, criamos o Programa de Desenvolvimento Econômico Pró-DF para a instalação de empresas, objetivando a geração de empregos e renda para o povo do Distrito Federal.

Mais de 4.200 empresas se beneficiaram do projeto, gerando cerca de 61 mil novos empregos no Distrito Federal. Certamente, não se pode administrar sem que se tenha um olho nos mais pobres, mas torna-se inviável governar sem que se olhe também para os empresários, pois são eles que geram, com suas atividades, os empregos de que nossa população necessita.

Voltando a falar sobre os empregos no DF, criamos os polos de desenvolvimento tecnológico, dentre eles: Ciência e Tecnologia, Polo do Conhecimento, Polo de Cinema e Vídeo, Microeletrônica e Semicondutores.

Criamos a Cidade Digital, que irá gerar, assim espero, cerca de 20 a 30 mil novos empregos. O Banco do Brasil já se prepara para instalar ali o seu Centro de Informática.

Temos também o polo de modas do Guará, em pleno funcionamento.

Na segurança, investimos em treinamento e na compra de novas viaturas, equipamentos de alta tecnologia, helicópteros, inclusive UTI móvel do ar.

Construímos o Centro Integrado de Segurança, onde todas as ações policiais se concentrarão, melhorando o processo de inteligência investigativa da Polícia, investimento feito pensando na prevenção de delitos.

Falando na prevenção de delitos, temos a Polícia Civil do Distrito Federal como uma das mais eficientes do Brasil. Com policiais treinados e preparados, chegamos à resolução de crimes em índices compatíveis com os de Nova Iorque, em torno de oitenta por cento para crimes violentos.

Cada governante faz as suas opções, cada um governa com seu coração, uns mais duros, outros mais brandos. Eu governei com o coração em Deus. Fico triste, para não dizer indignado, quando vejo administradores públicos que trabalham contra os pobres e que cerceiam a atividade de quem produz e gera empregos.

Não sei fazer política que não seja olhando para os mais necessitados. Dizem que isso é ser “populista”.

Ora, se ser “populista” é ser “amigo do povo”, como diz o Dicionário Aurélio, então digo que sempre serei populista, sempre serei amigo do povo humilde.

Se ser amigo do povo é olhar por ele, dar-lhe moradia, comida, renda e emprego, dar-lhe o mínimo de dignidade, então, que viva a amizade!

Fonte: Radar

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

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No Fórum Lide Brasil, Ibaneis Rocha ataca proposta de corte no reajuste do FCDF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, voltou a criticar o governo federal durante o Fórum Brasil | Transição Energética, realizado pelo Lide Brasil e Lide Brasília, no Brasília Palace Hotel. Com o tema “Transição energética e desenvolvimento urbano”, o evento reuniu políticos e empresários na manhã desta quarta-feira (4).

Retomando as críticas feitas na terça-feira (3), durante a 4ª Reunião de Governança Codese-GDF, Ibaneis Rocha preferiu abordar a possibilidade de redução no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), no bojo do pacote de cortes nos gastos, anunciado semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Saiu da cabeça de alguém pouco iluminado do governo federal a ideia de atrapalhar o DF mais uma vez. Há um ano e três meses, com o apoio da classe política e empresarial, com o Paulo (Octávio) nos ajudando, nós vencemos essa batalha no Senado, porque havíamos perdido na Câmara, e conseguimos manter a correção do FCDF, na forma originária”, lembrou. “Aquela medida legislativa deu a verdadeira independência do DF, que vivia, até aquele momento, de favores do governo federal. E o que busca hoje este mal iluminado à frente do governo federal? Simplesmente retroceder e colocar novamente, não os governos, mas a população do Distrito Federal a serviço do governo federal. Eles não conseguem admitir que a capital da República não seja submissa a eles”, completou.

Ibaneis reclamou da medida impositiva do governo Lula. “Não houve diálogo nem com a bancada deles aqui. É uma medida absurda do ponto de vista legal, financeiro e conceitual. A comparação feita, pelo ministro Fernando Haddad e por alguns da equipe econômica, com os fundos de desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia e do Centro-Oeste destoa totalmente da finalidade do FCDF. Os primeiros são para desenvolvimento e investimento para que estas regiões mais carentes possam ter sustentabilidade e uma economia que gera emprego e renda. Já o FCDF é um fundo de custeio para as forças de segurança, a saúde e a educação da capital. Essa característica é que traz a necessidade de manutenção da sua forma de correção”, afirmou, apontando o risco de achatamento destas categorias e elogiando a posição tomada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que defendeu a manutenção das regras do FCDF.

As críticas do governador encontraram eco junto aos outros participantes da solenidade de abertura do Fórum Brasil. O decano do Supremo Tribunal federal (STF), ministro Gilmar Mendes, reforçou o papel de Brasília e do Fundo Constitucional do DF.

“Em apoio às palavras do governador Ibaneis que é preciso entender o papel de Brasília no contexto geral. E foi neste cenário que se pensou, no governo Fernando Henrique Cardoso, no Fundo Constitucional, para estruturar Brasília de maneira adequada, tanto com responsabilidade fiscal. Brasília podia se tornar um centro de criminalidade, infelizmente, e por isso era ter condições de desenvolvimento”, rememorou

O ministro destacou ainda os desafios sociais enfrentados pela capital, como o Sol Nascente, maior favela do Brasil. “Não é um título que a gente queira ter. É preciso que os fundos sejam bem aplicados e que haja atenção em relação a esta temática. Brasília é importante para o desenvolvimento nacional, desde o projeto de Juscelino Kubitschek. O País ainda não percebeu o estadista grandioso que ele foi”, completou.

Para Paulo Octávio, presidente do lide Brasília e co-anfitrião do encontro, a alteração causa insegurança jurídica. “Na época, como deputado e depois senador, ajudei a fazer o Fundo, no governo Fernando Henrique Cardoso. O último ato dele como presidente da República, em dezembro de 2002, foi sancionar a criação do Fundo, que foi apoiado por todos os parlamentares, da Câmara, do Senado. O FCDF veio beneficiar uma cidade que nasceu para ser a capital da República e, de repente, querem mudar a forma dos reajustes, como está acontecendo agora. Isso aconteceu ano passado, nós conseguimos ganhar no Congresso, e a gente conseguiu reverter a situação. E agora, de repente, vem nesse pacote uma nova ameaça”, destacou.

“Como o governador Ibaneis colocou bem, é um prejuízo que vai aumentar a cada ano. Começa com prejuízo de R$ 1 bilhão, depois vai aumentando, porque a forma do reajuste será diferenciada e, logicamente, teremos menos recursos. É muito grave para uma cidade de crescimento, que não tem indústrias, que nasceu para ser a sede das embaixadas, da Justiça do nosso País e do governo. Brasília não pode ser comparada com outras capitais. Ela é diferenciada desde a sua criação. Nós temos que respeitar e parar de mudar as leis de acordo com o governante que está no momento”, disse.

O empresário confia que Congresso vai encarar com seriedade o assunto. “O partido a que pertenço, o PSD, já deu o total apoio para a não aprovação dessa mudança. Eu tenho certeza que os outros partidos também vão fazer o mesmo. É uma questão muito séria e não pode ser tratada da forma como vem sendo”, disse. Ele avaliou ainda que o ajuste nas contas públicas não precisa prejudicar a cidade.

“Brasília, dentro do panorama da redução de gastos de R$ 70 bilhões, é muito pequena. Não é prejudicando uma cidade que você vai fazer esse ajuste. Eu acho que a economia tem que vir de outras áreas, onde se gasta mais. Acho que o governo tem a sua equipe econômica para analisar e há forma de reduzir. Os orçamentos de alguns ministérios são imensos, então acho que se pode fazer um ajuste fiscal sem prejudicar uma cidade. É essa contrariedade que levamos ao governo federa. Não é justo mexer com uma cidade, com um projeto que já está aprovado, que é constitucional, que foi já discutido há tanto tempo. Não devemos atrapalhar uma coisa que funciona bem”, concluiu

Avanços e desafios na transição energética
Tema principal dos debates, os avanços e desafios da transição energética no Brasil foram foco de dois painéis. A energia limpa, especialmente a solar e a eólica, foram o foco das soluções para transformar o Brasil em um líder global. Para o ministro Gilmar Mendes, do STF, a importância da energia limpa é clara especialmente a solar e a hidrelétrica. Ele também alertou para os riscos das mudanças climáticas, citando que enchentes e secas são sinais de que políticas ambientais são urgentes.

Anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), o governador do Pará, Helder Barbalho, abordou o mercado de créditos de carbono. No estado, já foram certificadas 300 milhões de toneladas de carbono, com 12 milhões comercializadas por cerca de R$ 1 bilhão. “Esse mercado representa uma nova economia para o Pará, beneficiando comunidades e incentivando práticas sustentáveis”, disse o governador, que atribuiu o resultado à redução do desmatamento.

Ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates falou dos na transição energética no Brasil. Apesar do potencial do País nos campos de energia eólica e solar, é preciso um planejamento regional que pode gerar tensões. “Cada região precisará resolver suas demandas energéticas de forma local, o que pode gerar conflitos, especialmente em um país com matrizes tão diversas”, afirmou. Ele também cobrou uma estratégia clara para que o Brasil use sua posição privilegiada de forma eficaz.

O economista Roberto Giannetti, head do Lide Infraestrutura, falou do avanço das tecnologias de hidrogênio verde e baterias estáticas, que serão braços essenciais na transição energética. “O hidrogênio verde será fundamental para setores como a mobilidade urbana e a indústria. E as baterias estáticas resolverão problemas de intermitência na geração de energia renovável, como solar e eólica”, disse.

Paulo Octávio falou do crescimento da energia solar na capital federal. Atualmente, 20% dos empreendimentos em Brasília utilizam energia solar. E em seus próprios empreendimentos a energia é 100% solar. “A energia solar é uma fonte limpa, econômica e sustentável, que oferece redução de até 20% nos custos para os consumidores”, afirmou.

Ele também defendeu o planejamento antes da criação de bairros, para melhorar a vida dos cidadãos e apoiar a transição energética. “As cidades crescem no Brasil, muitas vezes, de forma desordenada. Discutir o planejamento futuro de como o cidadão vai viver melhor nas cidades é um grande tema. Acho que todos os prefeitos têm que participar. Porque o urbanismo é uma questão social e de qualidade de vida das pessoas”, destacou.

“Nós vivemos em uma cidade que foi planejada, talvez com a melhor qualidade de vida do mundo. O projeto inicial foi respeitado, a cidade foi tombada e continua sendo preservada por todos os governos que por aqui passam. O que está em jogo é o homem e a qualidade das pessoas. Eu defendo, inclusive, que as cidades sejam planejadas. Não adianta construir cidades espalhadas porque depois o governo não tem condições de levar a infraestrutura”, concluiu.

Fonte: Ascom Paulo Octávio

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