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Relatório da IFI aponta revisão de cenários macrofiscais

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A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgou, nesta quarta-feira (16), o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) do mês junho. O documento apresenta nova revisão dos cenários macrofiscais. Segundo o relatório, embora atípica para o mês de junho, a revisão se mostrou necessária diante dos indicadores mais recentes de preço e atividade. O texto indica que os dados do PIB do primeiro trimestre e a inflação mais alta colaboram para o quadro fiscal, com a ressalva de que esse tipo de dinâmica não é consistente.

O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, destaca a revisão de algumas das projeções macroeconômicas e fiscais. O crescimento real do produto interno bruto (PIB) projetado para 2021 passou de 3% para 4,2%, no cenário base, podendo chegar a 5,4% no otimista. Assim, o PIB nominal deverá crescer 12,6%, atingindo R$ 8,4 trilhões, e não mais R$ 8,1 trilhões, como previsto no relatório de maio.

— O que perpassa tudo é uma inflação mais alta embutida no PIB, algo que ajuda fortemente nas projeções fiscais — disse Salto.

O relatório registra que, apesar da evolução ainda preocupante da covid-19, o crescimento da economia no primeiro trimestre veio acima do esperado. A abertura do PIB mostrou que as condições econômicas externas (crescimento mundial e aumento dos preços das commodities) estão favorecendo a recuperação. A atividade seguiu em expansão em maio, refletindo também a flexibilização das restrições de mobilidade.

A ressalva, de acordo com o relatório da IFI, fica por conta do risco associado à evolução da pandemia e ao ritmo de imunização necessário para uma abertura segura, o que pode representar ainda a principal fonte de incerteza quanto ao comportamento prospectivo do PIB em 2021.

Dívida

Conforme o relatório do IFI, a dı́vida pública bruta deverá cair de 88,8% (2020) para 85,6% do PIB (2021), com alta de 12,6% do PIB nominal. A relação dı́vida/PIB deve estabilizar-se em 87,1% entre 2025 e 2026 no cenário base. Essa possível estabilidade fez a IFI revisar a projeção do superávit. Pelo relatório de junho, o governo central deverá ter superávit em 2025 no cenário-base. Antes, o superavit voltava após 2030.

A queda nos gastos com a pandemia descomprimiu a despesa do governo central no primeiro quadrimestre de 2021. O aumento do PIB nominal e os resgates lı́quidos de dı́vida também contribuı́ram para a redução da dı́vida bruta até abril de 2021.

A IFI alerta, porém, que o desafio fiscal ainda não está superado e a dívida nacional segue cerca de 30% superior à média dos países emergentes. O relatório de junho ainda aponta que a projeção do deficit primário do governo central projetado para 2021 diminuiu de R$ 266,6 bilhões para R$ 197 bilhões. A estimativa do próprio governo é de um deficit de R$ 178,4 bilhões.

Medidas

Segundo a IFI, medidas como a reforma da Previdência, a não concessão de reajustes salariais (exceto para militares) e o corte de despesas discricionárias ajudaram a segurar o avanço das despesas públicas nos últimos anos. O teto de gastos, na presença de inflação maior, ganhou sobrevida e terá risco alto de rompimento apenas em 2027. A melhora observada nos cenários prospectivos é nítida, mas o desafio fiscal permanece.

O relatório alerta que a estratégia de ajustar as contas públicas com mais inflação é arriscada, porque pode levar à alta do custo médio da dívida e “colocar a perder os ganhos de curto prazo”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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Interessados em operar rádios comunitárias em 795 cidades têm até dia 13 de dezembro para enviar propostas

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Edital, publicado em outubro no Diário Oficial da União (DOU), prevê concessão de outorgas em 21 estados

Fundações e associações interessadas em operar rádios comunitárias em 795 municípios de 21 estados brasileiros têm até o próximo dia 13 de dezembro para enviar propostas.
O edital n. 186/2024, que pode ser conferido neste link (https://in.gov.br/en/web/dou/-/edital-n-186/2024-589981290), foi publicado em 14 de outubro no Diário Oficial da União (DOU).
A seleção pública de interessados na operação disponibiliza a possibilidade de transmissão em 21 estados. São 15 municípios no Acre, 27 em Alagoas, 22 no Amazonas, um no Amapá, 69 na Bahia, 20 no Ceará, 19 no Espírito Santo, 57 em Goiás, 44 no Maranhão, 205 em Minas Gerais, nove em Mato Grosso do Sul, 46 no Mato Grosso, 24 no Pará, 44 na Paraíba, 14 em Pernambuco, 69 no Piauí, 23 no Rio Grande do Norte, 17 em Rondônia, nove em Roraima, 18 em Sergipe e 43 no Tocantins.
“Nosso compromisso é com a democratização da comunicação e as rádios comunitárias têm um papel fundamental em promover cultura regional e diversificada. Com este edital, vamos atender as demandas reprimidas cadastradas no Ministério e fortalecer a radiodifusão pública”, destaca o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
Confira lista com todos os municípios aqui.
Outorgas
O edital faz parte do Plano Nacional de Outorgas – PNO RadCom 2023/2024, publicado no início de dezembro de 2023, com o cronograma e as localidades que serão contempladas com a oportunidade de novas outorgas do serviço de Radiodifusão Comunitária.
A diretora de Radiodifusão Pública, Comunitária e Estatal da pasta, Daniela Schettino, destaca que o ministério tem trabalhado para melhorar as condições na prestação do serviço e na autorização das rádios comunitárias. “A nossa expectativa é ter pelo menos uma rádio comunitária em cada município do país”, acrescenta a diretora.

Ascom MCom
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