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Viva Brasília 64 anos: marco na arquitetura modernista mundial
O urbanista Lúcio Costa, ao falar sobre a epopeia de construir em tão pouco tempo e em condições tão adversas a nova capital, afirmou: “Na verdade, o sonho foi menor do que a realidade. A realidade foi maior, mais bela”. Anos depois, esse sonho grandioso e suas inúmeras obras de arte a céu aberto deram a Brasília o título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que fez da cidade uma referência na arquitetura e no urbanismo mundial.
Nesse especial de 64 anos de Brasília, destacamos a história da capital do país do ponto de vista da arquitetura, saindo de um vazio demográfico na década de 1950 para se tornar, em apenas seis décadas, a terceira maior unidade da federação do país. Hoje, o Distrito Federal conta com uma população superior a 2,8 milhões de habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Cercados por prédios e palácios rabiscados por Oscar Niemeyer, a área tombada da cidade tem 112,25 km², sendo o maior perímetro urbano sob proteção histórica do mundo, e coleciona atributos dignos desse tombamento.
Quem passeia pela cidade tem a oportunidade de prestigiar as quatro escalas de Lucio Costa — monumental (a do poder), residencial (das superquadras), gregária (dos setores de serviços e diversão) e bucólica (das áreas verdes entremeadas nas demais) — e conversar com os traços de Oscar Niemeyer. Em diversos pontos da capital, é possível prestigiar obras de Athos Bulcão e vislumbrar o paisagismo de Burle Marx.
“Brasília é a única cidade modernista no mundo, existem outras cidades planejadas, mas modernista só Brasília. Ela mantém construções específicas e por zoneamento, que são as divisões como zonas de comércio, de residências, tudo setorizado com a permissão de grandes espaços vazios entre as construções”, destaca a arquiteta urbanista Angelina Nardelli.
O subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón, afirma que “o dispositivo do tombamento tem um valor essencial para a unidade e para a história daquela comunidade. Aí está a importância da preservação do patrimônio cultural, porque ele mostra o que nós somos”, destaca.
Na SQS 210, um marco modernista se destacou em análise do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal. O Bloco C, construído em 1976, conquistou o primeiro lugar do selo CAU/DF, condecoração que reconhece o valor histórico de edificações não monumentais da cidade. Foi premiado pela boa conservação e contribuição para a história da arquitetura moderna. Ele tem as fachadas em cobogós, os tijolos vazados que são a marca de inúmeros prédios nas asas Sul e Norte. “A ideia do selo é prestigiar a arquitetura cotidiana da cidade. Avaliamos, principalmente, o respeito à arquitetura original”, conta o presidente do Conselho de Arquitetura, Ricardo Reis Meira.
Além do tombamento
Quando voltamos o olhar para o Distrito Federal como um todo, percebemos obras de arquitetura presente em diversas regiões administrativas e que se tornaram referências para a população local e para a história do nosso Quadradinho.
Um desses locais, associado à construção da nova capital e que faz parte dos passeios escolares para conhecer a história da capital, é o Museu Vivo da Memória Candanga, localizado entre as regiões administrativas da Candangolândia e Núcleo Bandeirante. A charmosa alameda composta de casas simples de madeiras coloridas é cercada por árvores frutíferas.
Antes de ser um museu, o local abrigava o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), um espaço criado para atender a demanda não só de operários acidentados nas construções, mas também de outros serviços, como partos e atendimento ambulatorial de crianças e donas de casas. Era um conjunto de 23 edificações em madeira e permaneceu como complexo hospitalar e de apoio até 1974, quando o Hospital Distrital (atual Hospital de Base) foi inaugurado.
Marilda Porto, de 84 anos, casada com o primeiro médico de Brasília, Edson Porto, foi uma das primeiras moradoras da vila, em 1958, e relembra alguns momentos da época. “As casas sempre foram pintadas, bem-cuidadas, eram sempre coloridas. Me lembro que era um grande movimento de ambulâncias entrando, caminhões com trabalhadores. O movimento era muito grande. A entrada e a saída do hospital era pela rua entre as casas”, lembra.
Casa do Cantador
Já os ceilandeses têm em sua cidade uma obra de Oscar Niemeyer. Único monumento do arquiteto fora do Plano Piloto, a Casa do Cantador, conhecido como Palácio da Poesia, foi inaugurado em 9 de novembro de 1986, a partir da reivindicação de representantes da cultura nordestina em Ceilândia, o maior reduto desta região do país no DF.
Logo na entrada, quem recebe os visitantes é a estátua do Cantador Anônimo, do escultor cearense Alberto Porfírio, representando a paixão do povo pela música. “A casa, com 37 anos, sempre teve um cantador à frente, pois com as tradições nordestinas nos sentimos em um espaço do nordestino aqui no DF. Além disso, ter uma obra de Oscar Niemeyer é uma honra”, afirma o gerente do espaço cultural, o repentista Zé do Cerrado.
O espaço trabalha com programas ocupacionais, aulas de ginástica, música e se tornou um espaço de expressão artística para todos os músicos e artistas da cidade.
Igreja da Barca
Não é só mais uma simples igreja. E, sim, uma referência no imaginário dos moradores de Samambaia. Desde 1996, a Paróquia Santa Luzia – ou a “Igreja da Barca” – tornou-se um templo da fé e também um ponto de referência da cidade. Como consequência, transformou-se em um verdadeiro cartão-postal.
Construída com janelas em uma estrutura que remete a uma embarcação, logo ganhou o apelido de barca. “A igreja foi idealizada pelo padre Alberto, um italiano que não era arquiteto. Foram construídas 153 colunas que sustentam a igreja. Hoje somos um templo conhecido em todo o DF e muitas pessoas vêm para conhecer nossa arquitetura”, conclui o ministro da Eucaristia Luciano de Sousa, que frequenta a paróquia há 28 anos.
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Mais mil pessoas participam de aulões preparatórios para o CNU nas bibliotecas do DF
Os candidatos do Distrito Federal que farão o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) no próximo domingo (5) estão aproveitando os últimos dias para revisar o conteúdo. Na noite desta quinta-feira (2), cerca de 160 pessoas acompanharam o último aulão preparatório promovido pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). No total, os espaços públicos reuniram mais de mil candidatos em 24 aulões das mais diversas disciplinas.
A desempregada Gessiane Sipaúba, de 41 anos, viu nas aulas a oportunidade para se preparar sem custos para a prova. Moradora de Taguatinga, ela afirma que acompanhou todas as atividades oferecidas pela BNB. “As aulas foram excepcionais, além de promover a acessibilidade a quem não tem acesso aos estudos. Eu estou desempregada e não teria condições de pagar por uma preparação. Aqui tive aulas muito boas. O que aprendi levo para a vida”, destaca a candidata.
Além da BNB, outras dez bibliotecas públicas do DF participaram do projeto voltado para os candidatos de nível médio que se inscreveram no bloco 8 do CNU. Sete professores, entre servidores e voluntários, percorreram os espaços públicos levando o conhecimento para os concurseiros das regiões administrativas. Os estudantes tiveram dicas de redação, português, gramática, políticas públicas, matemática e conhecimentos gerais.
Foi para o aulão de redação que a professora de educação física, Mariana Dourado, de 27 anos, resolveu aproveitar a oportunidade para revisar as técnicas. Com uma bebê de 3 meses no colo, ela acompanhava atentamente as dicas repassadas pelo professor. “Moro na Samambaia e não podia perder esse último dia de aula. Estou muito nervosa para a prova, mas me preparei para a minha área e queria muito revisar a redação. Então, mesmo de licença-maternidade e com minha bebê, não podia faltar”, conta a candidata.
Aulas descentralizadas
Para a diretora da Biblioteca Nacional, Marmenha Rosário, as aulas preparatórias para o concurso nacional foram um dos maiores desafios devido ao esforço para descentralizar a oferta do conhecimento. “É a primeira vez que promovemos tantos aulões em diversas bibliotecas e cumprimos o nosso papel social de atender os anseios da sociedade com qualidade, gratuidade e de maneira descentralizada. E os resultados foram muito positivos, para os estudantes e para as bibliotecas, que levaram a comunidade para dentro dos espaços”, ressalta Rosário.
A professora Joana Melo esteve à frente das aulas de redação e de outra iniciativa na BNB, ajudando estudantes a fazer as redações segundo o recorte de cada certame. Ela destaca que essa iniciativa foi uma das que mais reuniu uma quantidade diversa de candidatos. “Tivemos muitas pessoas que nunca fizeram concurso, o que é um perfil diferente dos que frequentam bibliotecas normalmente. Mas eles tinham muita vontade de aprender, reforçar o conteúdo e lotaram os aulões”, relata.
A professora destaca que nestes últimos momentos é hora de os candidatos relaxarem e apenas revisarem o que já aprenderam. “É a hora de revisar, principalmente fazendo exercícios e, no dia anterior, descansar, tentar esquecer a prova e ficar ligado nos noticiários”, recomenda Joana.
De acordo com a diretora da BNB, já estão previstos aulões para os vestibulares 60+ da Universidade de Brasília (UnB) nos meses de maio e junho e no segundo semestre dos tradicionais preparatórios para o PAS e vestibular da UnB.
Enem dos concursos
Somente no DF, mais de 220 mil candidatos estão inscritos para participar da seleção. Chamado de Enem dos concursos, o CNU oferece, ao todo, 6.640 oportunidades para carreiras de níveis médio e superior. Do quantitativo de vagas, mais de 2 mil são de lotação no Distrito Federal.
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