Estudantes, Profissionais da Química, representantes dos setores industrial e associativo, juristas, parlamentares responsáveis por políticas públicas e cientistas atuantes no setor da cannabis se reuniram, entre os dias 28 e 30 de abril, para discutir os aspectos químicos envolvidos na cadeia produtiva de insumos e produtos derivados da planta, durante o 2º Simpósio Cann&Quim. O evento foi realizado pelo Conselho Regional de Química da 18ª Região (CRQ XVIII – PI), com apoio do Conselho Federal de Química (CFQ), na Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O primeiro simpósio Cann&Quim foi concebido a partir de reuniões técnicas entre professores do Instituto de Química da Universidade de Brasília (IQ/UnB) e membros do Grupo de Trabalho de Cannabis do CFQ (GTC/CFQ). O objetivo era promover um espaço para discussões técnico-científicas qualificadas sobre o tema.
“Tivemos mais de 250 inscritos no simpósio e trouxemos palestrantes de diferentes áreas do conhecimento para compartilhar informações relevantes com aqueles que buscavam possibilidades profissionais ou orientações sobre as propriedades medicinais da cannabis”, contou o conselheiro federal do CFQ e pesquisador do Departamento de Química da UFPI (DQ/UFPI), João Sammy Nery.
O conselheiro federal José Ribeiro dos Santos Júnior, também pesquisador e membro do corpo docente do DQ/UFPI, desenvolveu um compósito orgânico, fonte de nitrogênio, que pode ser testado como nutriente em cultivares de cannabis, acompanhou o Simpósio. Já as professoras Ana Cristi e Fernanda Vasconcelos, do Instituto de Química da UnB, que desenvolvem métodos analíticos para controle de qualidade de derivados da planta, também participaram, como palestrantes.
Jornada técnico-científica
A regulamentação, a diversidade de segmentos de mercado, o impacto econômico e a geração de empregos também foram abordados na jornada técnico-científica. Destacaram-se a revisão da Resolução RDC 327/2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta os “produtos de cannabis” hoje disponíveis em farmácias; os modelos de importação direta previstos na RDC 660/2022, também da Anvisa; o trabalho das associações de pacientes; a certificação e rastreabilidade de cultivares, com base nas novas normas da agencia reguladora; e a criação de políticas públicas para o fomento à pesquisa científica.
“Já está claro que a Ciência Química é peça-chave para a ampliação do acesso a produtos à base de cannabis e, paralelamente, para a geração de emprego e renda com o desenvolvimento dessa cadeia produtiva”, comentou o conselheiro Ubiracir Lima, coordenador do GTC/CFQ, que conta ainda com o conselheiro Luiz Miguel Skrobot e o presidente do Conselho Regional de Química da 9ª Região (CRQ IX – PR), Edward Borgo.
No encerramento do evento, o deputado estadual Ziza Carvalho (MDB-PI), autor da Lei nº 8.085/23, que trata de incentivos à pesquisa científica com a cannabis, e a presidente do CRQ (XVIII – PI), Sandra Souza, reforçaram o compromisso com o apoio a estudantes, cientistas e demais profissionais que desejam atuar nesse mercado, que, segundo publicação da revista Forbes, pode chegar a R$ 469 bilhões até 2027.
